Filho de bilionário da Microsoft conta como foi crescer rico: 'Não sabia que éramos historicamente ricos'

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O comediante Peter Ballmer, herdeiro do bilionário Steve Balmmer, ex-CEO da Microsoft e sexto homem mais rico do mundo segundo o Bloomberg Billionaires Index, contou em entrevista ao Business Inside como foi crescer num lar abastado. Atualmente, seu pai tem uma fortuna estimada em US$ 144 bilhões, aproximadamente R$ 724 bilhões. Peter disse que, apesar dos privilégios, foi criado sem saber quão rico realmente era.

“Até o final do ensino fundamental, meu entendimento era que minha família era rica, mas eu não sabia que éramos global e historicamente ricos. Eu sabia que meu pai era um cara importante na Microsoft e me lembro de um garoto me perguntando quantos banheiros minha casa tinha. Outra criança me perguntou aleatoriamente: ‘Sua mãe dirige uma Mercedes?’ E eu pensei, ‘Não, ela dirige um Ford Fusion’”, recordou.

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Na infância, acrescentou, ele e seus irmãos não ganhavam presentes de Natal mais caros do que a maioria das outras crianças de classe média alta que conheciam. Por exemplo, recebeu em um ano um Game Boy, um console portátil desenvolvido pela Nintendo no final da década de 1980, e, em outro, um conjunto de pesos.

Pete enfatizou que seus pais detestavam que os filhos fizessem “compras estúpidas ou desnecessárias”. “A abordagem deles em relação ao dinheiro, em linhas gerais, era: se for algo de que você realmente precisa, podemos comprá-lo para você. A regra implícita era não desperdiçar; seja esperto sobre como você gasta seu dinheiro.”

“Tenho certeza de que pedi algum dinheiro aos meus pais aqui e ali, mas nunca foi: ‘Basta nos pedir e nós lhe daremos o dinheiro’. Quer dizer, eu realmente não me importava com o que estava vestindo, e meus irmãos e eu estávamos bem em dirigir o velho Lincoln 98 do nosso pai. Tínhamos um Xbox e eu comia muito Chipotle com meus amigos”, complementou.

O herdeiro de Ballmer disse que via indícios de riqueza, como as viagens que fazia com a família, mas que seus pais não falavam muito sobre o assunto. “Tanto para minha mãe quanto para meu pai, ter muito dinheiro era uma experiência relativamente nova, assim como criar os filhos. Eles nos criaram de acordo com a forma como seus pais os criaram e, como não cresceram falando sobre riqueza, também não falaram sobre isso conosco.”

Segundo ele, foi bom ser apenas uma criança e não pensar muito nisso, porém, à medida que crescia, começou a se sentir desconfortável por pertencer a um clã mais abastado que todos os seus colegas.

“Eu não gostava que as pessoas tivessem pressuposições sobre como eu era puramente baseadas nisso. Meus pais tinham uma atitude de ‘crianças ricas são demais e não gostamos disso’, o que era de certa forma prejudicial, já que eu era uma criança rica”, relatou. “Mas comecei a sentir orgulho do fato de não ser tão mimado quanto poderia ser, de não ter muito dinheiro jogado sobre mim.”

Início da vida profissional

No ensino fundamental, Pete recebia uma mesada de US$ 10 (R$ 50 na cotação atual) por semana. E, nessa época, ele passou a querer coisas mais caras, como um telefone Palm Pre. Seus pais concordaram em pagar pelo plano, mas ele teria de comprar o aparelho. Para conseguir o dinheiro, trabalhou como caddie em um campo de golfe.

Um tempo depois, abriu uma empresa de paisagismo com alguns amigos e, durante o ensino médio e a faculdade, fez estágios em empresas de engenharia de software. Esses trabalhos, ele enfatizou, foram conseguidos sem a ajuda de ninguém – ou seja, sem a ajuda do seu pai.

“Meus pais pagaram todas as minhas mensalidades e alimentação na faculdade, o que é muito dinheiro. Usei o que economizei em meus estágios para gastar em coisas como refeições em restaurantes, bebidas em bares, roupas novas ocasionais e shows”, pontuou.

Aos 25 anos, após a faculdade, Pete recebeu uma herança de seu avô. “Quando ouvi falar disso pela primeira vez, eu estava no terceiro ano da faculdade. Minha reação inicial foi recusar - eu ainda estava bastante desconfortável com a riqueza da minha família e imaginei que poderia conseguir um emprego bem remunerado em tecnologia e não precisaria do dinheiro deles”, comentou. “Mas então fiz 25 anos e não recusei o dinheiro; em retrospectiva, essa teria sido uma decisão muito tola.”

O filho de Ballmer trabalhou durante quatro anos como gerente de produto e, paralelamente se dedicava à comédia de stand-up, até que isso se tornou sua atividade principal. Hoje, ele faz cerca de cinco shows por semana e produz o programa Don’t Tell Comedy.

Os ganhos com seu trabalho mais os investimentos que tem lhe garantem uma vida confortável. Mas ele também revelou que é comedido nos gastos. “Não faço muitas compras grandes. Não faço muitas compras acima de algumas centenas de dólares. Não compro passagens aéreas de primeira classe, por exemplo, e não compro roupas novas ou caras com muita frequência. Comprei recentemente uma jaqueta nova que custou US$ 120 (R$ 600) ou algo assim.”

Pete divide um apartamento de dois quartos e um banheiro com a namorada, o que, segundo ele, é perfeito para seus propósitos; pede comida no Uber Eats com certa frequência, mas também cozinha; dirige um Ford Focus 2015 que era do seu irmão mais novo e paga um alto valor por uma vaga de estacionamento. Também saem do bolso os gastos com saúde e viagens e as “doações substanciais” que costuma fazer.

Ele pontuou que nunca pediu quantias notáveis de dinheiro aos pais, assim como seus irmãos. “Pessoalmente - e sem criticar ninguém - isso seria meio nojento e patético”, avaliou.

Mas, à medida que todos ficam mais velhos, sua família começou a falar de forma mais proativa e intencional sobre dinheiro. “Conversamos sobre em que podem consistir nossos testamentos, o que acontece com os Clippers - que são de propriedade de meu pai - depois que meus pais falecem, como ter o dinheiro afeta o que escolhemos fazer em termos de carreira, como o dinheiro mudou ou não nos ‘corrompeu’ e a cautela que todos temos em relação à capacidade geral do dinheiro de fazer isso com as pessoas”, narrou.

“Obviamente, o dinheiro pode fazer muito por uma pessoa. Crescendo com uma vida confortável (e estando perto de pessoas que tinham vidas confortáveis), experimentei por mim mesmo e observei nos outros o fato de que você ainda pode ser infeliz apesar de ter muito dinheiro. Eu sei que poderia ter algumas coisas melhores, mas tento estar ciente da adaptação hedônica - sei que acabaria me adaptando a essas escolhas de estilo de vida e possivelmente desceria por uma ladeira escorregadia de uma vida mais opulenta, o que em última análise leva a lugar nenhum”, completou.

Publicado por H.C., com informações do Business Inside. Foto: Divulgação

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