10 Nov 2023
Fã de Gil e filho do 'pai do afrobeat': conheça o nigeriano Seun Kuti, que fará show gratuito em Salvador


O cantor e saxofonista, que chegou a acompanhar o pai em alguns shows do Egypt 80 na década de 90, é conhecido pelas músicas vibrantes. Seun também assemelha-se ao pai na maneira de compor suas músicas, que possuem caráter crítico, como as de Fela.
Clique aqui e participe do canal do Alô Alô Bahia no WhatsApp
Buscando dar ao gênero uma roupagem moderna, seja acrescentando um pouco de hip hop ou de pop rock às suas músicas, Seun promete um show eletrizante. Além do seu repertório próprio, grandes clássicos também devem ser lembrados pelo cantor e saxofonista. “V.I.P. (Vagabonds in Power)”, “Kalakuta Show” e “Zombie”, por exemplo, são dois hits de Fela Kuti que, com certeza, não faltarão na apresentação.
Seun subiu ao palco pela primeira vez com a Egypt 80 quando tinha 8 anos. Com o falecimento de Fela, em 1997, tornou-se o novo líder da banda, aos 14 anos. Desde então é o principal porta-voz do afrobeat no mundo e espalha a mensagem do gênero criado por seu pai na década de 60 por todos os continentes com uma carreira consolidada e calcada sob os mesmos princípios: a música como instrumento de transformação social e política.
Fã confesso da música brasileira, Seun já apontou Gilberto Gil como um grande ídolo e já dividiu o palco com Carlinhos Brown em sua passagem pelo festival Back2Black, em 2010, e com Karol Conká.
O seu penúltimo álbum, chamado “Black Times”, foi indicado ao Grammy Awards na categoria ‘Best World Music Album’.“Meu pai trouxe um novo olhar e uma nova interpretação para a música africana”, comenta Kuti. O seu trabalho de estúdio mais recente é o EP “African Dreams”, de 2022. Ele gravou ainda uma participação especial no disco de Janelle Monáe lançado em 2023, na faixa “Know Better”.

Trajetória
Seun Kuti nasceu na Nigéria, mas pode dizer que é cidadão da República Kalakuta. Esse era o nome da comunidade fundada por seu pai, Fela Kuti (1938-1997), na periferia de Lagos, nos anos 1970. Fela declarou Kalakuta território independente do governo nigeriano e vivia ali com suas mulheres, seus filhos, os músicos de sua banda e seguidores do movimento artístico e político criado por ele, o afrobeat.
Quando Seun nasceu, em 1983, a sede original da comunidade não existia mais. Havia sido invadida e incendiada pelo Exército nigeriano seis anos antes. Mas o espírito libertário de Kalakuta foi decisivo em sua educação musical e política. Essa influência é celebrada em seu novo disco, "A long way to the beginning", que Seun apresenta nesta sexta-feira, às 23h, no Circo Voador, em show com a Egypt 80, antiga banda de Fela.
"Cresci no ambiente de Kalakuta e só mais tarde entendi que foi uma experiência diferente do que a maioria chama de "vida normal". Talvez por isso eu entenda o que significa ser alvo do Estado. Mas Fela me ensinou a não sentir medo. E isso é parte do que sou hoje", disse Seun, ao jornal O Globo.
A mensagem do afrobeat extrapolou o contexto pan-africano e se tornou global. Jovens de várias partes do mundo enfrentam problemas comuns. O afrobeat oferece a eles uma plataforma de expressão artística e política, coisa que a maior parte da música mainstream não oferece.
No início deste ano, Seun foi liberado sob fiança após ficar preso por mais de uma semana. O músico foi pego após ter sido apanhado após supostamente ter agredido um agente da polícia em Lagos, centro econômico da Nigéria.
Matéria relacionada: Show gratuito: Baco Exu do Blues, Seun Kuti e Larissa Luz se apresentam em SalvadorFull Video of Seun Kuti seen in a physical Confrontation with a Nigerian Police Officer Third Mainland Bridge, Lagos. pic.twitter.com/v6jGFWIjaC
— GIDI (@Gidi_Traffic) May 13, 2023
Fotos: Javier Bragado/Redferns e Divulgação.
Leia mais notícias na aba Notas. Acompanhe o Alô Alô Bahia no TikTok. Siga o Alô Alô Bahia no Google News e receba alertas de seus assuntos favoritos. Siga o Insta @sitealoalobahia, o Twitter @AloAlo_Bahia e o Threads @sitealoalobahia.