7 Nov 2022
Espetáculo 'Tarot' entra em cartaz no TCA e propõe experiência interativa com o público

Com direção artística do cenógrafo e diretor de arte Luis Parras e direção de cena de Fernanda Paquelet, a montagem tem a proposta de fruição imersiva e promove uma verdadeira experiência interativa com o público.
Tudo começa quando cada um sorteia uma carta do baralho que define seu destino dentro da montagem. Como o nome já sinaliza, a peça é inspirada nos arquétipos e arcanos do tarot, mais especificamente do Tarot de Marselha, e a carta sorteada define o jogo que cada pessoa irá percorrer, cada um composto por 7 ambientes. A visita é guiada por mediadores e acontece coletivamente, uma vez que a plateia se divide em quatro grupos para fazer a sua imersão.
Ao final do trajeto, cada pessoa terá percorrido a sua jornada arquetípica, mas não terá conhecido todos os seus ambientes do espetáculo, uma vez que a ideia é seguir a lógica do tarot, onde a escolha das cartas compõe o jogo que irá se revelar. A narrativa construída vai depender do repertório de cada indivíduo e da sua reação a determinadas situações dos arquétipos visitados, que trazem reflexões sobre cotidiano, política, filosofia, psicologia, além de uma gama infinita de dispositivos que os oráculos podem acionar em cada pessoa.
“O tarot é um jogo do inconsciente. Assim como os sonhos, o tarot possui a capacidade de despertar em nossa consciência aspectos ocultos do inconsciente, então esperamos que ao imergir nesses cenários, inspirados no baralho, o espectador tenha a mesma experiência de um jogo numa cartomante ou diante de um psicólogo, mas ao invés de fazerem isso de uma forma passiva, terão uma vivência completamente sensorial, a partir de cores, temperaturas, sons, imagens, através do tato e do paladar. A proposta é que cada participante vivencie sensorialmente cada arquétipo”, explica o diretor Luis Parras.
Parras ressalta que o espetáculo é disruptivo não apenas por montar cenários em locais inusitados do TCA, como o foyer, o jardim suspenso, a antiga bilheteria e as escadas que descem pra Concha Acústica, mas também por ser a primeira montagem itinerante realizada no Brasil em que o foco não está no trabalho de ator, mas sobretudo na cenografia e nos efeitos especiais.
Para a construção do espetáculo Tarot, foi necessária a mobilização de outros grupos de teatro no sentido de disponibilizar elementos cenográficos prontos, utilizados em outras montagens. Sendo assim, a sua cenografia conta com fragmentos de vários outros cenários de espetáculos teatrais baianos dos últimos 20 anos, dos diretores e diretoras Alda Valéria , Bergson Nunes , Anderson Dantas, Andrea Elia, Caio Rodrigo, Duda Woyda, Guilherme Hunder, Thiago Romero, Grupo Teca / Marconi Araponga / Roberto Mezzotino.
"É uma honra para o TAROT retornar a cena objetos e elementos cenográficos que constroem e compõem a história do teatro e da cenografia na Bahia. Um reencontro de público e técnicos com os espetáculos a partir da cenografia e do espaço de cena", comenta Patrícia Bssa.