Espaço Mário Cravo, no Parque de Pituaçu, está sendo desmontado

Foi noticiado, em agosto desse ano, que o Parque das Esculturas, conjunto de cerca de 800 obras do artista plástico Mario Cravo, dentro do Parque de Pituaçu, seria desmontado, e posteriormente distribuído por equipamentos públicos da cidade. A Secretaria de Cultura do Estado veio a público e negou a medida, afirmando que o acervo doado pelo artista seria inventariado, preservado e mantido no mesmo local. Agora, a especulação torna-se fato e o Parque vem sendo destruído. O estado das peças do maior artista modernista vivo é lastimável, isso dentro da maior área de mata atlântica e lagoa urbana da cidade. Mario Cravo, do alto dos seus lúcidos e produtivos 94 anos dispara: “Não existe interesse por parte do Governo do Estado em preservar minha obra. O exemplo que vocês estão vendo aqui é a depredação total e absoluta de um bem que não é mais meu. Isso não me pertence, pertence à população dessa cidade e ao turista”.

Em tempo, a reestruturação do Parque de Pituaçu – estimada em 14 milhões de reais – está aguardando aprovação há pelo menos 3 anos. A ideia é que as peças, sendo retiradas do Parque, sejam relocadas para o MAM, Museu de Arte da Bahia, Solar Ferrão e Palacete das Artes – esse último, inclusive, já recebeu 40 peças no ano passado.

Mário Cravo é um dos maiores artistas de todos os tempos. Múltiplo, ele fez e faz arte em materiais como madeira, cerâmica, metais, papel e tecido. São dele obras emblemáticas como a Fonte da Rampa do Mercado, no Comércio, e o monumento Cruz Caída, no Praça da Sé de Salvador.
 
Fotos: Dario Guimarães. Siga o insta @sitealoalobahia

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