Entrevista: Antonio Carlos Júnior fala sobre isolamento social e perspectiva para o pós-pandemia

O empresário Antonio Carlos Júnior, presidente do conselho de administração da Rede Bahia, vem seguindo a quarentena à risca – ao lado da esposa, Rosário Magalhães, tem passado os dias no apartamento do casal, no Corredor da Vitória, ou na fazenda da família, em Cabaceiras do Paraguaçu. Por telefone, ele conversou com o Alô Alô Bahia sobre rotina, isolamento social e perspectiva para o pós-pandemia.
  1. Como tem sido seus dias durante a quarentena?
Estou em casa, recluso. Vim para a fazenda passar os dias, mas recolhido. Desde que cheguei de Nova York, no dia 13 de março, estou recluso. As medidas de restrição são fundamentais para toda a população, não só para as pessoas com mais de 60 anos, como eu. O que se quer evitar é um colapso no sistema de saúde. Dessa maneira, o não isolamento pode gerar um colapso. As pessoas têm que se resguardar ao máximo, totalmente no sentido de se proteger.
  1. Essa é a fase mais complexa que o senhor lembra ter vivido?
Sim, sem dúvidas. Não há nada comparado a isso desde sempre. Não conheço nada, nenhuma situação mais difícil que essa que estamos enfrentando.
  1. Qual foi o seu momento mais delicado durante a pandemia?
Quando eu cheguei de Nova York. Quando eu saí de lá, já estava se instalando a situação, não caótica como agora. Dias depois o caos se instalou. Claro que chegamos com receio de ter contraído, mas não aconteceu. Lá em Nova York, havia um clima de preocupação, mas ainda de forma inicial. Não havia ostensividade do isolamento, estava bem no começo. Estavam sendo feitas recomendações, mas não havia muita gente usando máscaras. As farmácias já vendiam muito álcool em gel, os hotéis já estavam se preparando com álcool em gel e desinfetante nos elevadores. Dias depois as medidas começaram a ser tomadas.
  1. Qual sua perspectiva econômica para o cenário “pós-coronavírus”?
Vamos ter uma situação difícil porque não tem como retomar a economia de forma espontânea, de forma automática. Nossa situação fiscal já não era tão boa, havia esforços do governo para recuperar a economia, que ficou bastante prejudicada de 2011 a 2015. Então, havia uma tentativa de recuperação, não estava fácil, mas com essa situação do coronavírus a economia vai ficar muito mais combalida. Acredito que só em 2021 teremos um cenário um pouco melhor. Os governos, nas três esferas, vão ter que gastar bastante, vão sair de toda a sua programação em temos de gasto público. Vai retardar a recuperação e a situação fiscal vai piorar. A recuperação vai se dar de forma lenta.
 
Foto: Elias Dantas/Alô Alô Bahia. Siga o insta @sitealoalobahia.

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