20 Feb 2023
Embaixadora de Gana visita Observatório Racial no Campo Grande e sobe no trio da Banda Didá

A embaixadora destacou os laços entre a capital baiana e a África. “Antes de tudo, estou aqui hoje porque sou africana. Todo africano, quando vem ao Brasil, deveria vir a Salvador. Eu vim a Salvador muitas vezes, mas nunca no Carnaval”, disse.
A secretária municipal da Reparação (Semur), Ivete Sacramento, ressaltou o caráter especial do encontro. “Foi um momento muito emocionante o encontro da embaixadora de Gana com a Didá, uma banda de mulheres negras, refletindo nosso ritmo e nossas raízes. Para Salvador, é muito importante que mulheres negras embaixadoras estejam presentes. A diáspora nos separou e o mundo agora está nos unindo pelo empoderamento da mulher negra”, afirmou a titular da Semur.
A embaixadora de Gana pontuou outros momentos especiais durante sua atual estadia em Salvador. “Tive a experiência de poder ver o Ilê Aiyê, o Olodum e hoje cheguei no exato momento em que a banda Didá estava passando, e a secretária Ivete Sacramento me convidou a participar. Foi o momento perfeito”, disse Abena. Observatório – Ivete Sacramento afirmou que os números sobre a atuação do observatório só deverão ser divulgados no fim do Carnaval, mas apontou que a festa este ano aparenta ter menos “violência explícita”.
“Não dá para dizer que não houve racismo, LGBTfobia ou violência contra a mulher no Carnaval. Mas, neste primeiro momento, nós verificamos que o Carnaval de 2023 está sendo mais tranquilo”, avaliou.
A titular da Semur reiterou que, em casos de discriminação racial, LGBTfobia ou violência contra a mulher nos circuitos, qualquer pessoa deve avisar ao policial mais próximo. Se a situação for verificada por algum observador, também é acionada a autoridade policial, já que o observatório não tem poder de polícia.
“Quando ocorre algum episódio como esse, a gente entra com uma rede de apoio para verificar se a vítima já foi atendida, porque só quem sofre o racismo sabe as consequências psíquicas, e observa se o encaminhamento policial foi correto”, explicou a secretária.
Atuando de forma interdisciplinar e envolvendo diversos órgãos da gestão municipal, com destaque para a Semur e a Secretaria de Políticas para Mulheres, Infância e Juventude (SPMJ), o observatório atua com agentes distribuídos ao longo dos circuitos da festa. Além da base central, no Campo Grande, há estruturas localizadas na Piedade e Praça Castro Alves, ambas no Centro, e no Barra Center, Clube Espanhol e em Ondina, no Circuito Dodô. Fotos: Bruno Concha. Siga o insta @sitealoalobahia.