Em uma semana, candidatas recebem mais de 4 mil ofensas no Twitter, aponta levantamento

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Um levantamento realizado pelo MonitorA, projeto em parceria entre AzMina, InternetLab e Núcleo Jornalismo, identificou que 97 candidatas que disputam as eleições de 2022 foram alvo de quase 4,5 mil ataques e insultos no Twitter na primeira semana de campanha. Entre os termos mais utilizados pelos usuários da rede social para se dirigirem às candidatas estão louca, doida, maluca, desequilibrada, histérica e descontrolada. O projeto acompanha perfis de 175 candidatas a cargos eletivos do Executivo e do Legislativo e o levantamento analisou mais de 10 mil tweets coletados entre 17 e 22 de agosto.

Além de menções a doenças mentais, termos como idiota, imbecil, analfabeta, despreparada, incompetente e fracassada também figuraram entre os mais utilizados para desqualificar as candidatas. O monitoramento mostra ainda que, além da misoginia, as candidatas também sofreram ataques da ordem da desumanização, inferiorização, ofensa moral e do descrédito intelectual nas publicações analisadas. Entre as principais vítimas, aparecem Joice Hasselmann, Gleise Hoffmann, Janaína Paschoal, Maria do Rosário, Simone Tebet, Mayra Pinheiro, Soraya Thronicke, Sonia Guajajara, Benedita da Silva e Duda Salabert.

“Todos os tipos de violência são um entrave à participação da mulher, uma forma muito eficiente de excluir mulheres do jogo político. Este é inclusive um ponto onde as atuais parlamentares concordam: é necessário um ambiente mais saudável para que as mulheres possam atuar politicamente”, pontua a doutora em Ciência Política Cristiane Brum Bernardes. 

 
 

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