Em carta, mais de 400 médicos baianos criticam negacionismo na pandemia

Médicos e médicas baianas divulgaram uma carta pública defendendo medidas de controle à pandemia de covid-19 como o isolamento social e afirmando que o negacionismo é inimigo da população. O texto, publicado no último dia 30, critica posicionamento do Conselho Federal de Medicina (CFM), que "assumiu a postura de completo alinhamento com o governo federal, minimizando o problema". Ministério da Saúde e o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) também são alvos de críticas.

O texto é assinado por 425 médicos, incluindo Ceuci Nunes, diretora do Instituto Couto Maia, o ex-reitor da Ufba Naomar Almeida Filho, Fernanda Grassi, da Fiocruz Bahia, e nomes como Jairnilson Paim, Glória Teixeira, Maurício Barreto e Edson Marques Filho. Eles citam que o Brasil já registrou mais de 12 milhões de casos da covid-19 desde o início da pandemia, com 314 mil mortes - na Bahia, quase 800 mil casos, com 14,9 mil mortes. Entre os mortos estão 625 médicos, 26 deles do estado.

A carta ressalta que o Brasil é hoje o epicentro da pandemia no mundo. "Para se ter uma ideia do desastre sanitário brasileiro, a população do país corresponde a 2,7% da população mundial e os óbitos representam 10% do total das mortes ocorridas em decorrência da covid-19". 

Há críticas ao modo como o governo federal tem lidado com a crise sanitária. As medidas de prevenção à doença são boicotadas no país por um "governo negacionista e incompetente, cuja atitude acelera a propagação da doença ao não seguir as recomendações baseadas na ciência, confundindo a população e criando falsas polêmicas que aprofundam a atmosfera de caos".

A carta elogia o posicionamento de algumas entidades médicas, como a Associação Médica Brasileira (AMB), que têm informado a população sobre a ineficácia de medicamentos que foram propagados como a solução para a covid-19, como a hidroxicloroquina e ivermectina, entre outras, que não são eficazes contra o coronavírus. 

Já o CFM é fortemente criticado por se omitir em relação à não recomendação de medicamentos sem efetividade, críticas ao lockdown e alinhamento com a "desastrosa atuação" do Ministério da Saúde.
O presidente Bolsonaro é responsável pelo "quadro de descontrole" da pandemia no país, diz a carta. "Em todos os cantos, já há o reconhecimento, por parte da população, que esse comportamento indigno para o líder de uma nação, é o fator principal para o aumento considerável do número de casos e mortes".

A carta apoia medidas rigorosas no momento para diminuir a disseminação da covid, como o lockdwon; garantia de auxílio emergencial de R$ 600 (o benefício agora é de R$ 250); vacinação urgente e para todos e banimento de medicações sem eficácia contra a covid-19, entre outros. ( via CORREIO).
 
Foto: Divulgação. Siga o insta @sitealoalobahia.
 
 

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