Efeito coronavírus: arquitetos baianos revelam quais foram as descobertas durante o isolamento social

Sem dúvidas, o isolamento social causado pelo coronavírus promoveu uma grande mudança de hábitos em vários segmentos. Para os arquitetos, por exemplo, o home office, que antes funcionava apenas de forma secundária, tornou-se principal meio de continuar trabalhando durante a pandemia. O Alô Alô Bahia bateu um papo com alguns profissionais da cidade para entender quais foram as descobertas e desafios do período para a categoria. Confira!
 
 
LUCIANA PARAÌSO | @lucianaparaiso
Para a arquiteta Luciana Paraíso, o trabalho durante o isolamento está sendo um grande desafio. Apesar de prazeroso, pela presença da família, a demanda de trabalho parece ser maior por conta do tempo que precisa ser dividido com outras funções.  “A maior dificuldade tem sido conseguir conciliar tudo isso em um horário que antes era dedicado apenas para o trabalho”, conta Luciana.
 
A profissional, que tem atendido os clientes de forma remota, através de reuniões e visitas à obra online, enxerga o período como uma oportunidade para novos negócios, já que o isolamento social faz com que as pessoas avaliem as reais necessidades de cada espaço. “As pessoas estão ficando mais em casa e, com isso, estão vendo as reais necessidades. O conforto está se tornando prioridade. A dica é buscar enxergar a casa como seu lar, onde deve ser um lugar agradável, confortável, com acessibilidade para todos que irão usufruir destes ambientes”, pontua.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

 

 ALINE CANGUSSU | @acarquitetos
Para Aline Cangussu, pandemia e a necessidade do isolamento social serviram para que as pessoas refletissem sobre a valorização da casa e como é importante pensar de forma funcional, aconchegante e confortável para atender os moradores em todos os sentidos. “Tenho recebido ligações de clientes que estão dentro de casa e já percebem que precisam atualizar várias coisas para se adequem a esta nova realidade”, nos contou.

Com as obras e atendimentos presenciais suspensos, obedecendo as diretrizes dos órgãos de saúde, a profissional e sua equipe estão contado com o apoio da tecnologia para continuarem realizando seus trabalhos.  “Nós adotamos o trabalho home-office imediatamente, desde que foi identificada a pandemia e tem sido muito bom, porque a tecnologia nos permite trabalhar em casa de uma forma muito eficaz. Nosso único entrave, no momento, é a questão das especificações de cada obra, que conta muito com a presença do cliente, já que ele aprova todas as etapas do processo”, revela.

A profissional também acredita que o coronavírus vai mudar a forma das pessoas consumirem. “De repente a gente vai ter que descobrir novas formas de lazer que não seja a viagem em si, pelo menos por um determinado período. Eu acho que as pessoas vão ficar temerosas com relação a se expor, então acho que elas vão buscar outros formatos de lazer, como um village, uma casa de praia...”, finaliza.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

 

 MILENA SÁ | FRS ARQUITETURA (@frsarquitetura)
Para Milena Sá, que comanda o escritório FRS Arquitetura ao lado de Flavia Foguel e Cristiana Reis, a adaptação não foi fácil. Estar fora do ambiente de trabalho, longe da troca de experiências com a equipe, fez muita falta. Para ela, projetar é tão mais produtivo quando se pode partilhar ideias e contribuir uns com os outros. “Buscamos estar sempre em contato com a equipe via vídeo conferência, não só para organizar os projetos à distância, mas também para estimular e continuar esta troca, ainda que de uma forma virtual. Aos poucos, vamos construindo esta nova realidade e mantendo o escritório funcionando a todo vapor.”, nos contou.

Quanto às necessidades provocadas pelo isolamento social, a arquiteta conta que não teve nenhuma solicitação especifica, até porque a sua forma de projetar sempre buscou funcionalidade nos espaços. "Sempre fazemos estas provocações aos clientes. Buscamos entender a realidade de cada família e colocar isto em prática, sem modismos, sempre tornando cada canto da casa ou do seu espaço comercial útil e pratico”, conta.

Milena acredita que cada espaço da casa tem um valor potencial e pode ser aproveitado ao máximo. “Pensem de que forma podem transformar aquele canto perdido da varanda em um miniescritório, ou até mesmo em um cantinho de brinquedos para famílias com crianças pequenas. Existem formas de dar privacidade de maneira simples e leve, como biombos, divisórias, estantes vazadas, etc.”, revela.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

 

LAIS KRUSCHEWSKY ( KAA ARQUITETOS) (@kaaarquitetos)
Para Laís Kruschewsky, que comanda o KAA Arquitetos, o principal desafio do período foi se adaptar a essa nova realidade, com reuniões e atendimentos não presenciais. Porém houve a facilidade de já estar utilizando a tecnologia de forma integrada aos processos, o que facilitou o trabalho remoto, a troca entre a equipe e a otimização do tempo.

A arquiteta continua trabalhando normalmente em meio ao isolamento social, através do home office e conduz as reuniões com os clientes ou com os fornecedores através de videoconferência. “Os projetos que estavam em andamento continuaram normalmente, só que de forma remota. Os que já estavam em execução e em curso de obra tiveram uma pausa obrigatória, principalmente devido às medidas dos condomínios em não permitir o acesso de prestadores de serviço durante esse período”, nos contou.

Para ela, a intensificação da vivência dentro de casa também faz com que cada um observe pontos positivos e negativos na distribuição dos ambientes e no seu aproveitamento.  “Acreditamos que, com o isolamento social, as família passarão a ver as suas casas e apartamento de dentro para fora, valorizando mais os espaços nos quais se sentem bem e, consequentemente, investindo mais neles. Também haverá uma necessidade e vontade de estar mais em casa e, para isso, ter um local de trabalho propício será prioridade”, revelou.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

 

ANNA FERNANDES | GAM ARQUITETOS (@gam_arquitetos)
O home office também é uma realidade para Anna Fernandes, que comanda o escritório GAM Arquitetos, ao lado de Guido Ramos e Marcelo Bezerril. Há cerca de dois meses os profissionais adotaram a medida como forma de proteger a equipe e a comunidade.  A tecnologia tem sido uma importante aliada neste processo, através de programas de gerenciamentos de tarefas e chats que facilitam a interação entre a equipe.

“Criamos novos hábitos que viraram rotina para todos ficarem online e para a comunicação fluir bem entre nosso time e entre nós e os clientes. Todos estão se esforçando e tudo tem ocorrido muito bem”, nos contou, revelando que a demanda de trabalho continua a mesma e que a equipe segue trabalhando para antecipar prazos.

O isolamento social, inclusive, tem sido uma oportunidade para o planejamento das ações. “Como os projetos precisam de tempo de planejamento antes de começar qualquer obra, o isolamento não interfere no nosso trabalho. Pelo contrário, estamos usando esse tempo para os clientes novos planejarem com calma e orçarem todos os itens das construções /reformas antes de iniciarem as obras”, disse.
A arquiteta entrega pedidos que podem representar uma mudança de comportamento dos seus clientes. “Já nos solicitaram adaptações para home-offices e sentimos que, com novos hábitos, as casas devem mudar. As portas de serviço voltam, vestíbulos na entrada com sapateiras e talvez até lavabos mais próximos da entrada de casa para higienização de quem chega. Isso além de lares mais acolhedores, funcionais e agradáveis para quem vive ali”, revelou.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

 

CRISTINA CALUMBY | @cristinacalumbyarquitetura
Para a arquiteta Cristina Calumby, a palavra de ordem foi reinvenção.  Com os projetos do escritório em pleno desenvolvimento, inclusive alguns fora de Salvador, a profissional precisou criar uma nova rotina para conciliar trabalho e família, e incluir na agenda horários para conversas com a equipe sobre o andamento das atividades.
 
 “O desafio maior é o fato que na nossa área o presencial é fundamental em visitas às obras e saídas com clientes, mas graças a internet estamos conseguindo atendê-los bem”, nos disse. A arquiteta conta que, em razão do isolamento social, alguns clientes estão interessados em fazer intervenções em suas residências, casas de praia e fazendas. “A busca pelo conforto, acolhimento e qualidade nas residências e, principalmente, nas áreas de Home Office tem sido uma constante”, finaliza.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

 

Fotos: divulgação. Siga o insta @sitealoalobahia.
 
 

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