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Eduardo Cunha

Ele manca um pouco. Pode-se dizer que é coxo mesmo. Costumam associá-lo a Frank Underwood, o célebre protagonista-vilão da inimitável série House of Cards, da rede Netflix. O produtor e astro da série, Kevin Spacey construiu a história toda a partir da maravilhosa peça Ricardo III, do bardo genial William Shakespeare. Então Frank, Ricardo III e Eduardo, o nosso Eduardo, tem mais em comum, além da perna manca. Ricardo foi rei por usurpação. Foi marcado pela crueldade implacável com que praticava o poder e cometia crimes e pelo domínio absoluto que exercia sobre seus pares e súditos.
 
No obscuro reino do congresso brasileiro, abrigado pelas lindas curvas côncavas e convexas de Niemeyer, Eduardo hoje parece emparedado. Uma vez afastado, não pode se articular abertamente, sob pena de obstruir a Justiça! (tipo recém criado no direito brasileiro, sempre inovador). O clima que já era pesado, tornou-se denso. Palpável mesmo. O sonho de reinar por usurpação parece que se findou, em razão da intervenção do STF no Legislativo. Mas o sonho de poder é sempre presente. E quando prenderem Eduardo? E se Eduardo falar? Imaginem a cena devastadora. Dizem que comanda entre 150 e 250 deputados. Proporcional ao comando é o desejo incontido desses parlamentares de serem comandados. Relação subalterna. Ele é coxo, mas voa.
 
Foto: Reprodução. Legenda: Kevin Spacey na pele de Ricardo III.  Siga o insta @sitealoalobahia. 

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