Dias de "rico": Argentina é um dos poucos destinos onde brasileiro ganha poder de compra

José Mion é jornalista, assessor de imprensa, apaixonado por Gastronomia e escreve para o Alô Alô Bahia.

A economia brasileira está em frangalhos, mas ainda é possível, aqui pertinho, ser feliz e ter "dias de rico". Com a desvalorização da moeda argentina, R$ 1 já compra 55 pesos e, por isso, o país vizinho é um dos poucos onde o turista brasileiro ganha poder de compra.
 
Segundo levantamento do Estadão, o Brasil foi responsável por 22% do total de 2,5 milhões de viajantes recebidos na Argentina no primeiro semestre deste ano. O número é, em grande parte, estimulado pela situação econômica dos hermanos, cuja moeda tem perda acumulada no ano de 25% e 18% em relação ao dólar e ao real, respectivamente.
 
O último fórum Panrotas, em maio, já apresentava dados que mostravam essa tendência de crescimento nas viagens do Brasil para a Argentina. No evento, referência no setor de turismo, foi divulgado que o total de visitantes brasileiros no país já superava o resultado do mesmo mês de 2019, antes da pandemia.
 
wSZ58J.md.jpg
Segundo informações divulgadas na programação do fórum, o total de frequências (voos de ida ou volta) da Latam entre São Paulo e Buenos Aires, que era de 14 até junho, passará a ser de 28 em agosto.
 
Além da valorização natural do câmbio, alguns turistas ainda fazem uso de artifícios para aumentar o lucro na troca das moedas, como a transferência dos reais para a rede internacional Western Union, que paga melhor do que a maioria dos cambistas (que não estão nada felizes, claro!). Em alguns casos recentes, o real chegou a ser trocado por 55 pesos.
 
O "inferno" dos argentinos, portanto, tem sido o "paraíso" de muitos brasileiros, sejam turistas de passagem ou visitantes sem data para retornar, principalmente nômades digitais, que conseguem viver e trabalhar remotamente de qualquer lugar do mundo e veem na maxidesvalorização da moeda argentina – que pode chegar a 40%, segundo economistas – uma vantagem de economia.
 
O turista, no entanto, deve ter cautela em algumas situações, principalmente no uso do cartão de crédito, que deve ser evitado. Por ser um meio oficial, o câmbio, nesse caso, é feito pelo dólar comercial e as compras estão sujeitas à cobrança do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) de 6,38%.
 
Muitos estabelecimentos comerciais argentinos, inclusive, nem estão aceitando a forma de pagamento, obrigando o turista a andar com um bolo de notas por onde vai.
 
Fotos: Reprodução/123 Milhas. Também estamos no Instagram (@sitealoalobahia), Twitter (@Aloalo_Bahia) e Google Notícias.

NOTAS RECENTES

TRENDS

As mais lidas dos últimos 7 dias