29 May 2023
Diagnosticado com câncer há 13 anos, paciente tem remissão completa após um mês de terapia celular
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Batizada de CAR-T Cell, a terapia em questão, que promete revolucionar o tratamento contra a doença, utiliza células de defesa do paciente modificadas em laboratório e é direcionada aos cânceres tipo leucemia linfoblástica B, linfoma não Hodgkin de células B e mieloma múltiplo.
“Comecei a acompanhar o caso do Paulo quando já tinha feito uma grande parte do tratamento. A doença voltou, então, a última opção dele realmente era o CAR-T Cell. Tive que pedir autorização da Anvisa pra gente poder fazer esse tipo de tratamento. Muitos pacientes não têm essa oportunidade”, explicou o médico Vanderson Rocha.
No primeiro dia em que as células modificadas foram aplicadas no corpo, Paulo sentiu febre e chegou a ir para a UTI para ser monitorado. "Senti um pouco de dormência nas mãos, mas tive acompanhamento antes, durante e depois por toda a equipe multidisciplinar do HC, em São Paulo", conta.
Até o momento, 14 pacientes foram tratados com o CAR-T Cell através do Sistema Único de Saúde (SUS), com verbas da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. Todos eles tiveram remissão de ao menos 60% dos tumores.
"Devido ao alto custo, este tratamento não é acessível em grande parte dos países do mundo. O Brasil, por outro lado, encontra-se em uma posição privilegiada e tem a rara oportunidade de introduzir este tratamento no SUS em curto período de tempo", diz Dimas Covas, coordenador do Centro de Terapia Celular CEPID-USP e do Núcleo de Terapia Celular do Hemocentro de Ribeirão Preto. Ele explica ainda que, "para disponibilizar para a população brasileira, é necessário obter financiamento para realizar o tratamento para 75 pacientes com linfoma e leucemia e gerar os dados clínicos que permitam o registro do produto na Anvisa.”
A expectativa é que, no segundo semestre, 75 pacientes sejam tratados com o CAR-T Cell com verba pública, após autorização da Anvisa para o estudo clínico. Atualmente, o tratamento custa cerca de R$ 2 milhões por pessoa e só está disponível na rede privada de saúde.
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Foto: Divulgação.