Desmatamento de Mata Atlântica cai 43% na Bahia, mas estado ainda é o 2º com mais incidência

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O desmatamento na Mata Atlântica caiu 43% na Bahia nos cinco primeiros meses de 2023 em relação ao mesmo período do ano passado. Ainda assim, o estado continua pelo terceiro ano consecutivo ocupando o 2º lugar do ranking das unidades federativas brasileiras que mais desmatam. Os números são do novo boletim do Sistema de Alertas de Desmatamento (SAD) Mata Atlântica, divulgado nesta quinta-feira (27).

Os dados, consolidados na plataforma MapBiomas Alerta, mostram que a área desflorestada entre janeiro e maio deste ano foi de 7.088 hectares, contra 12.166 hectares registrados no mesmo período de 2022 em todo o país.

Na frente da Bahia, no ranking de desmatamento, está Minas Gerais, ocupando o primeiro lugar. Os dois estados, somados a Paraná, Mato Grosso do Sul e Santa Catarina completam a lista dos cinco estados que acumulam 91% do desmatamento.

Na visão de Marcos Rosa, coordenador técnico do MapBiomas, tal contraste indica uma mudança no perfil do desmatamento na Mata Atlântica. “A devastação em áreas menores que três hectares praticamente não sofreu redução, enquanto nas maiores, especialmente aquelas acima de 15 hectares, houve um significativo decréscimo no desmatamento. Isso pode estar diretamente relacionado ao incremento da fiscalização realizada pelos estados, à mudança de postura no governo federal e no IBAMA e às restrições de crédito financeiro para propriedades com desmatamentos não autorizados”, diz.

Diretor-executivo da Fundação SOS Mata Atlântica, Luís Fernando Guedes Pinto comemora o resultado, mas faz uma ressalva. “Os dados compilados contabilizam apenas os limites do bioma estabelecidos pelo IBGE, excluindo derrubadas nos encraves de Mata Atlântica no Cerrado. Essa é uma região que, como indicam análises do INPE no DETER Cerrado, vem apresentando um aumento preocupante do desmatamento. Mesmo que não faça parte da área observada pelo SAD Mata Atlântica neste período, é uma área protegida pela Lei da Mata Atlântica que demanda ações contundentes para sua conservação”, explica.

O SAD Mata Atlântica é resultado de uma parceria entre a Fundação SOS Mata Atlântica, a Arcplan e o Mapbiomas com apoio do Bradesco e da Fundação Hempel.


Publicado por Carolina Cerqueira. Foto: Almir Bindilatti/Divulgação

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