31 May 2023
Estevan Sartoreli, da Dengo Chocolates, ministra palestra no Fórum ESG Salvador: 'O mundo não precisa de mais marcas'

Em sua palestra, o executivo falou de forma bastante honesta e acessível sobre os caminhos possíveis entre negócios e preservação. "O ESG não é tema para especialista, é simples. Temos que ter em mente que o importante é quanto você põe em prática do que sabe e não o quanto você sabe", destacou.
Há 7 anos com a Dengo no mercado, uma marca que, segundo ele, "nasceu na Bahia e pela Bahia", Estevan reforçou que a discussão que o II Fórum ESG propõe é sobre as melhores escolhas para os negócios e para a sociedade. O gestor destacou que, além do voto, uma das principais armas da democracia é o poder de consumo. "Ao escolher uma marca para consumir, escolhemos quem e o que queremos promover", explicou.
De acordo com ele, "o mundo não precisa de mais marcas, mas de negócios compromissados com a transição socioambiental" e, por isso, a Dengo tem como um dos seus pilares a busca por uma cadeia do cacau mais justa, realidade possível apenas se a geração de renda for sustentável para todos.
Atualmente, o produtor conectado à marca recebe de 70% a 240% a mais do que se ganha no mercado. O produtor relacionado à Dengo, em média, recebe cerca de 92% a mais do que os demais e, ainda assim, só 30% deles ganha uma renda considerada "decente". "É preciso fazer mais", pontuou.
O "fazer mais" passa pela valorização e respeito a quem produz e pela promoção de uma alimentação verdadeira, que, no mundo do chocolate, é chamado Bean to Bar, hoje com mais de 200 representantes na Bahia. O chocolate bean to bar nada mais é que aquele feito a partir da amêndoa integral do cacau até a barra que chega ao consumidor, sem segmentação de processos nem aditivos.
Buscando ainda a conservação e preservação do meio ambiente, a Dengo estimula o sistema agroflorestal cabruca, "um símbolo do cacau baiano". O sistema de plantio cultiva o cacau sob a sombra de espécies nativas da floresta original, favorecendo a manutenção da biodiversidade, ao evitar a retirada de árvores nativas da Mata Atlântica, mantendo ainda o terreno produtivo.
Outra escolha da marca passa pelo esforço de reduzir, cada vez mais, tanto a quantidade de açúcar em seu chocolate, como a quantidade de embalagem em seus processsos de venda. Apenas 7% das embalagens, hoje, tem plástico em sua confeccção e a marca estimula o consumo a granel, que produz menos resíduos. "O melhor resíduo é o que não é gerado", reforçou Estevan, que finalizou sua participação no evento com uma provocação ao público.
"Como empreendedor, acredito que fazer a diferença envolve coragem e ousadia. Portanto, não se preocupe com o tamanho do impacto que você causa, mas com o impacto relativo que seu negócio proporciona", pontuou.
O II Fórum ESG Salvador é um projeto com o patrocínio da Acelen, Aliança da Bahia, Ambev, Atlantic Nickel, BAMIN, Bracell, CCR Metrô, Contermas, Deloitte, Grupo Luiz Mendonça - Bravo Caminhões e AuraBrasil, Jacobina Mineração, Leroy Merlin, Moura Dubeux, Sotero Ambiental, Socializa, Suzano e Unipar; apoio institucional da Prefeitura Municipal de Salvador, SEBRAE, SENAI CIMATEC e Instituto ACM; apoio do Banco Master, Larco Petróleo, Sabin, Senac e Wilson Sons e parceria do Fera Palace Hotel, Happy Tour, Hiperideal, Luzbel, Multimídia, Ticket Maker, Uranus2, Vini Figueira Gastronomia e Zum Brazil Eventos.
Fotos: Elias Dantas/Alô Alô Bahia.