16 Oct 2020
Da Bahia para África: Sidney Quintela propõe ordenamento de vilas agrárias moçambicanas

No estudo científico, que foi desenvolvido por ele nos últimos três anos como tese de mestrado na Universidade de Lisboa, em Portugal, Quintela se baseou na fase piloto do projeto Sustenta, que visa promover e facilitar o desenvolvimento rural integrado. Além do desenvolvimento da agricultura do setor familiar, o projeto recomenda a instalação de vilas agrícolas para o desenvolvimento rural no país.
Em sua tese, o baiano propõe uma nova abordagem de ordenamento territorial e urbanização das zonas rurais, respeitando os hábitos e costumes locais, bem como a cultura local e os materiais usados localmente para a construção de edifícios públicos e habitações, como é o caso dos tijolos de barro queimado.
O projeto leva em conta que a agricultura é a principal atividade da comunidade de Nauela, propondo a construção, dentro do ordenamento, de infraestruturas que possibilitem a formação e capacitação dos agricultores para melhorarem a sua capacidade de produção, mas também de condições para que eles possam armazenar a sua produção para melhor conservação, processamento e a respectiva comercialização.
Quintela estima que o projeto custa cerca de 140 dólares por pessoa para ser implementado. Com isso, o Estado gastaria aproximadamente 15 milhões de dólares para modernizar as condições em que a comunidade vive. Para que o projeto saia do papel, o arquiteto recomenda o envolvimento das autoridades governamentais, das organizações da Sociedade Civil e das próprias comunidades.
Para Sidney Quintela, essa tese pode "contribuir para melhorar as condições de vida dos moçambicanos e influenciar mudanças nas zonas rurais, não só de Moçambique, como nos países da Região Austral de África". O baiano nutre um carinho especial pelo local desde quando foi convidado a visitar Moçambique pelo PCA do Grupo Soico, Daniel David, há 13 anos. Desde lá, tem sido um visitante frequente do país.
Foto: O País. Siga o Insta @sitealoalobahia.