O que é Crupe, sintoma inesperado identificado em crianças infectadas com a Ômicron

redacao@aloalobahia.com

Em um estudo preliminar publicado no início deste mês, especialistas revelaram uma preocupação em torno da variante Ômicron em crianças: o surgimento de um sintoma inesperado, chamado Crupe. Trata-se de uma infecção viral aguda do trato respiratório, acompanhada por tosse forte, febre, rouquidão e respiração difícil ou ruidosa.

A detecção do novo sintoma aconteceu primeiramente no Seattle Children's Hospital, nos Estados Unidos. Porém, com o passar do tempo, especialistas de outras regiões daquele país também notaram um aumento nos casos da crupe (cujo nome oficial é, na verdade, laringotraqueobronquite).

Um artigo publicado na plataforma MedRxiv aponta um total de 401 crianças diagnosticadas com o sintoma durante o surto da variante Delta e 107 durante o surto de Ômicron — nesse último caso, muito mais propensas a testar positivo para Covid-19, com direito a 48,2%.

"Durante o surto de Ômicron, a incidência de Crupe quase dobrou em comparação com a taxa dos meses anteriores. Identificamos um aumento acentuado nos casos de crupe observados em nosso banco de dados pediátrico em paralelo com a substituição da variante Delta por Ômicron como a dominante em nossa comunidade", descreve o estudo.

O que também chama a atenção é que o caso não é regionalizado, considerando que no último mês de novembro, um outro artigo alertou que 2,4% das crianças hospitalizadas em uma região da África do Sul por conta da Ômicron foram diagnosticadas com Crupe.

Nos casos desse sintoma, a traqueia e a laringe ficam inflamadas por causa de alguma infecção. As vias aéreas superiores também ficam prejudicadas, levando à dificuldade de respiração. A síndrome costuma ser muito mais frequente em crianças e ainda está sendo estudada.

Apesar da má notícia, a vacinação das crianças no Brasil segue em ritmo lento no país, que enfrenta também uma pandemia de desinformação sobre o assunto. Até a semana passada, o país tinha vacinado apenas 15% das crianças com a primeira dose, o que evidencia o ritmo lento de uma campanha muito aquém da capacidade do Programa Nacional de Imunizações (PNI).

Segundo reportagem da Folha de S.Paulo, o país demorou 23 dias para alcançar essa cobertura, há pouco mais de uma semana. Isso corresponde a quase o triplo do tempo gasto por Canadá, Austrália, Argentina e Uruguai (8 a 9 dias), de acordo com os dados oficiais.

Foto: Reprodução. Também estamos no Instagram (@sitealoalobahia), Twitter (@Aloalo_Bahia) e Google Notícias.

NOTAS RECENTES

TRENDS

As mais lidas dos últimos 7 dias