20 Jul 2020
Covid-19 implode economia em cidades baianas dependentes do turismo

Difícil de imaginar, também, é a perda que o setor vem tendo após quatro meses de inatividade, forçada pela chegada do novo coronavírus. “É impossível calcular o prejuízo para o turismo baiano, porque ele continua sendo contado”, lamenta Fausto Franco, chefe da Secretaria de Turismo da Bahia (Setur). “À medida que o tempo passa e as coisas não voltem a funcionar, a conta aumenta”, completa.
No centro dessa ininterrupta implosão do turismo estão municípios do imenso litoral em que quase toda a atividade econômica gira em torno do consumo de visitantes. Em cidades como Mata de São João (na Região Metropolitana), Cairu, Itacaré, Maraú (no Sul), Prado e Porto Seguro (Extremo Sul) o cenário, infelizmente é de terra arrasada. E o pior: ainda sem uma perspectiva plausível de retomada.
“Imagine você: Morro de São Paulo (distrito de Cairu) e Itacaré vivem diretamente do turismo. Não há um único hotel aberto nessas cidades. Em Porto Seguro e Ilhéus, também, tudo fechado. E não sabemos se vão retomar as atividades. Quando mais demora, mais agrava a situação e vai ficando insustentável”, diz Luciano Lopes, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hoteis na Bahia (ABIH-BA).
Segundo levantamento da entidade, os hotéis baianos registraram uma queda de 61% do faturamento no primeiro semestre do ano. “Isso porque tivemos o Carnaval nesse período e funcionamento normal de janeiro a março, no verão. Imagine o impacto que teremos no segundo semestre”, lamenta Lopes.
Em meados de julho, a previsão dos maiores complexos de hotelaria do estado – alguns deles nessas cidades citadas – era de reabrir em 1º de julho. Sem demanda de hóspedes, voltaram atrás. O mês já se aproxima do fim e pouquíssimos retomaram as atividades. Um deles é o complexo Costa do Sauípe, em Mata de São João, que reabriu no último dia 17 de julho, mas com capacidade reduzida.
“2020 é um ano perdido para o turismo. O pior dos últimos 70 anos. Só comparável, talvez, ao período da Segunda Guerra Mundial. O que se pode fazer agora é refazer tudo, reinventar. Precisamos encontrar novas formas para trabalhar”, finaliza Lopes. (via CORREIO).
Foto: divulgação. Siga o insta @sitealoalobahia.