Coronavírus: Cientista baiano Gustavo Cabral fala sobre vacina e isolamento social

O imunologista Gustavo Cabral cresceu vendendo frutas na feira de Tucano, interior do sertão baiano. Natural de Creguenhem, povoado na zona rural da cidade, ele só concluiu o ensino fundamental aos 21 anos. Hoje, aos 38, é responsável por chefiar a pesquisa para desenvolver uma vacina contra o novo coronavírus no Instituto do Coração (Incor) da Faculdade de Medicina da USP.

“Se o coronavírus causou tanto estrago em países de primeiro mundo, com melhores estruturas sociais e econômicas, o que vai fazer quando adentrar fortemente as comunidades mais vulneráveis do Brasil, os interiores, as favelas? Quando vejo pessoas na rua, penso nesses mais vulneráveis e me pergunto se elas não têm empatia”, diz o cientista.

Sobre a criação da vacina, Gustavo destaca: “A formulação da vacina está bem adiantada. Os trabalhos in vitro também estão adiantados e já estamos partindo para os testes pré-clínicos em modelos animais nas próximas semanas. Com a corrida para ver quem cria a vacina primeiro, alguns países querem pular da experimentação in vitro direto para seres humanos, mas isso é uma loucura. Mesmo com todo o arcabouço teórico, o corpo humano é muito complexo, sempre vai nos mostrar alguma surpresa. É imprescindível testar antes em animais”.
 
 
Foto: divulgação. Siga o insta @sitealoalobahia.

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