Conheça Thor, o labrador que ajuda pacientes internados em hospital na Bahia

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Treinado para atuar na prática terapêutica de Intervenções Assistidas por Animais (IAA), Thor, um cão preto da raça labrador, começou a realizar visitas aos pacientes internados nas enfermarias do Hospital Metropolitano (HM), em Lauro de Freitas, na última terça-feira (17). A responsável por Thor e por suas IAAs no HM é a fisioterapeuta Paula Carneiro. A partir de agora, a tutora e o labrador vão visitar os pacientes a cada 15 dias.

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Sob a gestão do INTS (Instituto Nacional de Tecnologia e Saúde) desde julho deste ano, o Hospital Metropolitano é uma unidade com atendimento 100% SUS, 265 leitos — sendo 55 de UTI, com uma equipe de assistência especializada nas áreas de alta complexidade em cardiologia e em medicina neurovascular. Não há atendimento infantil. O perfil de pacientes é de adultos. 

Por conta das especialidades oferecidas, há muitas internações de médio prazo — que duram dois, três, quatro meses, o que aumenta a necessidade de cuidados emocionais para os pacientes. Neste cenário, ações humanizadas tornam-se mais essenciais para a qualidade holística dos tratamentos, proporcionando melhor bem-estar emocional para os atendidos.

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Foi seguindo esta filosofia que o superintendente do INTS, Ian Cunha, apadrinhou a ação realizada em Lauro de Freitas. “Sou pai de três filhos pequenos e tutor de três cachorros. Então vivencio na prática a questão do suporte emocional que o animal dá. A rotina hospitalar de recuperação costuma ser corrida e pesada, o animal traz um complemento para o brilho no olhar do paciente. Esta é mais uma entrega, uma melhoria do ponto de vista assistencial que realizamos”, explica.

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O Instituto Nacional de Ações e Terapias Assistidas por Animais (INATAA) define a Intervenção Assistida por Animal (IAA) como “uma intervenção estruturada e orientada que incorpora animais com o propósito de obter benefícios terapêuticos para os seres humanos no âmbito da saúde, educação e em organizações sociais". Hoje com sete anos, Thor trabalha desde os três. Já é veterano em IAA e conhecido de alguns hospitais, clínicas e pacientes em cuidados domiciliares em Salvador. 

thor7Sua tutora, Paula Carneiro, que o acompanha durante todas as visitas, comenta como sobre o entusiasmo do animal ao ajudar pacientes. “Ele utiliza uma roupinha, coleira e guia especiais, quando vamos trabalhar. Diferentes das de passeio. O animal precisa de objetos que identifiquem o momento da ação. E quando nos aprontamos em casa para sair para o trabalho, ele já sabe e demonstra sua alegria", pontua. "Durante a pandemia, período em que não atuamos, ele olhava para os acessórios e para a porta de casa, com um olhar entristecido, como se pedisse para ir trabalhar”, completa a tutora. 

Para não haver cansaço do animal por conta do ambiente hospitalar, a agenda de Thor é equilibrada com mais dias de folga do que de trabalho. O labrador é remunerado e compensado com petiscos, sorrisos e muita receptividade por parte de quem ele visita, durante seu expediente, que dura em torno de 50 min.

A primeira visita de Thor no Hospital Metropolitano levou alegria para pacientes e colaboradores — e durou quase duas horas. Antes da sua chegada, os pacientes e acompanhantes são consultados e convidados a participar da ação. Trajando uma roupinha verde do mesmo tecido das roupas privativas e portando crachá com foto e a função de 'Cão de Intervenção Assistida', Thor colocou sorrisos e brilhos nos olhares dos humanos que o viram na área hospitalar. Com a ajuda de sua tutora, Thor distribuiu cartõezinhos com frases motivacionais aos pacientes.

“Vim fazer uma visita para trazer boas energias!”: assim dizia o cartãozinho que Thor entregou para Geovandro Carvalho de Souza, 47 anos, motorista, internado no HM, desde o dia 7. “Ele é muito lindo e a visita dele faz milagre mesmo, muda logo a nossa energia”, elogiou o paciente.

thor2Ivanilson Pereira, 80 anos, professor aposentado, está desde o mês de agosto internado no HM. Quando Thor se aproximou do seu leito, causou uma emoção mais forte e diferente. “Ai que saudade do ‘meu negão’, o meu Pitbull, de 14 anos, preto como Thor. Ele já estava velhinho, mas deixou de comer sentindo a minha falta, porque estou aqui há quase dois meses, e morreu tem duas semanas”, se emocionou Seu Ivanilson.

A psicóloga Marina Brandão, responsável técnica pela área de psicologia do HM, acompanhou todas as visitas de Thor e deu o suporte necessário ao paciente Ivanilson que logo voltou a interagir, contar histórias do seu pitbull e agradeceu a visita de Thor que lhe trouxe os benefícios da energia do animal. 

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“Um dos objetivos da IAA é também trazer o contato com o animal que os donos de pets, acostumados a isto em sua rotina doméstica, ficam impedidos, durante a internação. Sabemos a importância em manter o estado emocional dos pacientes internados e dos seus acompanhantes o mais positivo e otimista possível. Os laços com os animais são transformadores. Acreditamos nesta sinergia e a trouxemos para o Metropolitano, de forma inédita, como mais um componente no processo de recuperação dos nossos pacientes”, explicou Patrícia Viana, idealizadora da ação no HM, colaboradora do INTS e psicóloga.

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A Presidente da Comissão de Humanização do INTS, a nutricionista Aline Luquine — que é Supervisora do Serviço de Nutrição do Hospital Metropolitano —, também participou da primeira visita de Thor: “Esta é a primeira vez que envolvemos a interação de um animal nas nossas ações humanizadas. Estas ações, envolvendo pacientes, acompanhantes e colaboradores, contribuem de forma efetiva nos processos de tratamento”.

* Publicado por Naiana Ribeiro. Fotos: Divulgação.

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