23 May 2023
Conheça baiano que queria ser arquiteto, virou cineasta e está em Cannes pela segunda vez

Não foi aprovado em arquitetura, mas conseguiu uma vaga no bacharelado em artes, que era sua segunda opção. Foi se interessando pelo curso, estudou matérias relacionadas a artes, conheceu colegas que atuavam no audiovisual e, quando se deu conta, já estava imerso em produções cinematográficas, fosse como assistente de direção, roteirista ou qualquer outra função.
A carreira quase acidental de cineasta acabou revelando um promissor talento: pela segunda vez, Eduardo está no prestigiado festival de Cannes, com um curta-metragem no segmento Short Film Corner - SFC, que reúne produções de diversos países. Há dois anos, foi selecionada a animação Maratonista de Quarentena, codirigida por Karol Azevedo. Agora, é a vez de Eduardo levar o terror psicológico Camaleoa ao território francês.
Embora não se trate de uma mostra competitiva, a SFC é um espaço importante para fazer contatos com o mercado cinematográfico e para apresentar projetos a possíveis interessados. E, se em 2021, a exibição do filme de Eduardo foi virtual, desta vez é presencial. A sessão será na quarta-feira (24), às 19h30 local, horário considerado nobre pelo diretor.
Eduardo estará na sessão junto com a protagonista do curta, Isadora Mesquita, que interpreta Salma. No filme, a personagem está prestes a completar 22 anos e enfrenta o desafio de se mudar de casa. Em meio ao processo de adaptação ao novo lar, a vida da jovem é tomada por uma aparição bizarra.
Assim como o curta anterior, Camaleoa começou a ser gestado durante a pandemia e os dois estão relacionados à quarentena, embora apenas o primeiro tenha relação direta com o período de isolamento.
"A ideia de Camaleoa era pensar como seria quando a gente saísse da quarentena, como seria o esperado dia do fim do isolamento. Esse dia, que seria uma novidade, não chegou, porque o fim da pandemia foi gradual. Mas o filme fala sobre o medo do novo em nossa vida".
Produtora
O novo curta acabou dando nome também à produtora que Eduardo criou, a Camaleoa Filmes, que já tem alguns projetos futuros. Um deles é o longa-metragem O Problema da Lua, também de terror psicológico e que começou a ser escrito em 2019.
Para ampliar a rede contatos, Eduardo participa em Cannes de workshops e reuniões com profissionais. Mas diz que as melhores conversas surgem em momentos informais, no café da manhã ou nas festas que reúnem as pessoas.
O jovem diretor chegou à França no dia 12 deste mês e fica até o dia 26. Embora convidado, com acesso a diversas áreas do festival, foi ele que arcou com as despesas de deslocamento e hospedagem.
Além de diretor e produtor, Eduardo é contratado do Neojiba, realizando vídeos para o projeto. Ele também atua como freelancer, fazendo direção, roteiro e montagem para projetos pontuais em que é contratado.
Enquanto Camaleoa não chega aos cinemas ou à internet, o talento de Eduardo pode ser visto no YouTube, na série documental Queerbrada, que fala sobre artistas LGBTQIA+. Na mesma plataforma, está a série de animação As Aventuras de Fiu e Biu: Dentro de Casa. No Vimeo, está Maratonista de Quarentena, que o levou a Cannes pela primeira vez.
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Texto: Roberto Midlej/CORREIO
Fotos: Hugo Velame/Divulgação e Acervo Pessoal