Conheça as cinco maiores cachoeiras da Chapada Diamantina

Kirk Moreno é jornalista, assessor de imprensa e escreve para o Alô Alô Bahia. Insta: @kkmoreno.

Localizada no coração da Bahia, a Chapada Diamantina possui um parque nacional que conserva 152 mil hectares com centenas de quedas d'água, sítios arqueológicos e uma geologia suntuosa. A beleza cênica do lugar agrada nativos e turistas, que, em sua grande maioria, vão à região em busca do turismo de aventura, com direito a trilha, banho em rios e cachoeiras e sossego.

Para quem quiser desbravar o destino que conquistou pela segunda vez o Prêmio Melhor Destino do Brasil, promovido por um site homônimo de turismo, o Alô Alô Bahia separou as cinco maiores cachoeiras da região, segundo levantamento do Guia da Chapada Diamantina.

Antes de pegar a trilha é importante ficar atento a estas dicas: olhe a previsão do tempo e use calçado adequado para trilha – o indicado é uma bota -, calça de tecido leve sintético, camisa UV de manga longa para proteger a pele do sol e da vegetação, boné, lanterna, além de ser indicado bastão de caminhada, mochila de tamanho que caiba garrafa para 1,5l de água e comidas leves e nutritivas, como frutas secas, barra de cereal, amendoim e algum doce.

O principal é disposição e um bom condicionamento físico para superar os desafios das caminhadas mais longas. Fazer caminhadas rotineiramente, gostar de natureza, ter uma boa alimentação e buscar informações com guias locais vão ajudar bastante na preparação para a trilha”, destaca Lucas Neves, que é guia e brigadista há mais de 12 anos, nativo do Vale do Capão e membro da Associação de Condutores do local.

Confira as cinco maiores cachoeiras da Chapada Diamantina:

1ª – Fumaça (Vale do Capão, Palmeiras)
A Fumaça, que fica no Vale do Capão, no município de Palmeiras, é a maior cachoeira da Chapada Diamantina. São 360 metros de queda d 'água cercada por paredões rochosos que formam um cenário mágico e exuberante. Difícil não se emocionar depois de andar cerca de 6 km (somente ida) de trilha considerada de nível médio, sendo que a subida inicial, com 2 km, exige muito fôlego e preparo físico. O final compensa todo o esforço!

A Fumaça também é uma das maiores cachoeiras do país e da América do Sul. O nome foi dado por conta do efeito provocado pela força do vento, que impede a água de chegar à base, formando uma espécie de fumaça com gotículas que são borrifadas para cima.

A nossa dica é sair bem cedinho para evitar sol forte. No cume da Fumaça vende a tradicional coxinha de jaca. A trilha é marcada e pode ser feita sem condutor, mas logo no início dela, há a Associação dos condutores de visitantes do Vale do Capão, indicada para quem quer mais segurança.

WhatsApp-Image-2023-05-04-at-13.34.12.jpg “Além de conhecer como ninguém a trilha e seu entorno, assim evitando transtorno de errar caminho e correr o risco de não chegar ao destino desejado, o guia fornece informações locais sobre a trilha, plantas, animais, culinária e história local. Isso enriquece ainda mais a vivência do visitante. Além disso, quando se contrata um guia credenciado, o visitante está financiando a preservação local pois são esses mesmos condutores que atuam em ações de combate a incêndios florestais e na educação ambiental em prol da preservação local”, destaca Lucas Neves.

2ª –Cachoeirão (Vale do Pati)
Para chegar até a segunda maior cachoeira da Chapada Diamantina não é tão fácil. Primeiro você precisa entrar no Vale do Pati, região linda e desafiadora. Os roteiros mais comuns por lá seguem percursos de três a cinco dias, com caminhadas entre 15 e 25 km por dia. Não há estradas para automóveis e a única maneira de circular é a pé ou com ajuda de animais, como éguas e burros, geralmente utilizados pelos moradores para transporte de cargas até as residências locais. A contratação de condutor é fundamental.
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O Cachoeirão geralmente está no roteiro mais comum do Vale do Pati. São 270 metros de queda d'água. Quando chove a enorme queda se multiplica por várias saídas d'água. A nossa dica é ir na época de chuvas, que costuma durar de novembro a abril. Nos outros meses, as cachoeiras têm pouco volume de água e é possível que o Cachoeirão esteja praticamente seco.

3ª – Encantada (Itaetê)
A cachoeira Encantada, que fica em Itaetê – 157 km de Lençóis -, é considerada uma das mais novas descobertas da região da Chapada Diamantina. São cerca de 200 metros de altura e 7 km de cânion. A caminhada de 12 km é considerada de esforço elevado. No caminho não faltam desafios: há travessia de rio com correnteza, caminhada no leito do rio e pedras escorregadias próximas à cachoeira.
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Tudo vale a pena! No percurso há opção de seguir a nado dentro do cânion do grotão ou seguir pela trilha normal. Além do poço principal, o banho de rio pode ser feito em piscinas naturais e outras cachoeiras durante o percurso. Importante ir com guia, levar lanches – como sanduíches, barra de cereal, frutas -, e água.

4ª – Cachoeira dos Cristais
Para começar a trilha para a Cachoeira dos Cristais é preciso ir de carro até a ponte do rio Piabas, que fica a cerca de 58 km do centro da cidade de Andaraí e a 11km do centro histórico de Mucugê. São 3 horas de caminhada moderada (ida e volta), com trechos pelo leito do rio, com pedras soltas e descida de serra. O guia é fundamental!
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A Cachoeira dos Cristais tem 110 metros de altura. O nome foi dado por conta da coloração provocada pela luz do sol no quartzito presente no solo. Porém, só é possível ver quando o nível da água está baixo.

Além dos Cristais, há também a possibilidade - imperdível - de parar na Cachoeira das Três Barras, que tem um excelente poço para banho, e caminhar até a Cachoeira do Bequinho, que, como o nome já diz, guarda um poço em um local bem estreito.

5ª - Fumacinha (Mucugê)
Para chegar na quinta cachoeira mais alta da Chapada Diamantina é preciso percorrer caminhando 18 km (ida e volta) no leito do rio. A Fumacinha tem 100 metros de queda d’água e é um local de poucos visitantes, pelo grau de dificuldade elevado. A trilha conta com cânions de até 280m de altura, poços e outras pequenas quedas d’água.
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Em época de pouca chuva, a cachoeira poderá ficar com pouca água, ou até mesmo sem água. Geograficamente, a Cachoeira da Fumacinha pertence ao território de Mucugê, porém o acesso é feito somente por de Ibicoara – o início da trilha fica a cerca de 30km do centro da cidade.

A contratação de guia é obrigatória para fazer a trilha da Cachoeira da Fumacinha, já que o seu nível de dificuldade é alto. Existe a possibilidade de fazer a trilha em 2 dias, fazendo um acampamento de pernoite no meio do caminho.

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Foto: Principal/Fumaça: Tom Alves; Fumaça: Acervo Pessoal/Kirk Moreno; Fumacinha: @anselmo.hoffmannphotography; Cachoeirão: Dmitri de Igatu; Encantada: Alex Uchôa; Cristais: Guia da Chapada Diamantina. 

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