Conheça a festa eletrônica que fomenta a cultura LGBTQIA+ em Salvador

Kirk Moreno é jornalista, assessor de imprensa e escreve para o Alô Alô Bahia. Insta: @kkmoreno.

Uma festa eletrônica que vai do techno house ao mandelão - gênero derivado do eletrofunky e do funk -, com clima do ballroom, bailes que começaram protagonizados por mulheres trans afro-latino-americanas a partir dos anos 1970 e 1980, na região do Harlem, em Nova York. Esta é a MANIFESTO, também movimento cultural e coletivo artístico que vem movimentando as cenas alternativa e LGBTQIA+ de Salvador.
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A MANIFESTO teve início em outubro de 2019,  do desejo de ser uma festa de dia das bruxas com um estilo musical alternativo, diferente de tudo que tocava em Salvador e com foco nas pessoas LGBTQIAPN+ dissidentes. A estreia teve mais de 20 atrações, 250 pessoas e inúmeras dificuldades, como a falta de apoio financeiro.

Atualmente, a festa - liderada pela multiartista Karmaleoa, pelo fotógrafo Matheus Thierry e pelo publicitário Filipe Seabra – conta com patrocínio e um público fiel: cerca de 600 pessoas a cada edição, todo mês. Somente no último Verão, foram quatro edições. Uma delas em parceria com a festa paulista Mamba Negra, no Cine Teatro Solar Boa Vista, em Brotas. Em toda trajetória, o evento também já passou por espaços como Casa Charriot, Mercadão.CC (Rio Vermelho), e Pelourinho.
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A MANIFESTO é muito mais do que uma festa eletrônica. É um manifesto em prol da diversidade, da liberdade de expressão e da celebração das diferentes formas de amor e expressão de gênero. Além de drag queens, kings e monxtras, cantoras, artistas circenses, dançarinos e pessoas da cultura ballroom, há também todo um time de artistas visuais, e inclusive videomapping que cria uma atmosfera interdisciplinar artística que reúne grandes nomes da cultura baiana e principalmente nordestina", define Karmaleoa, que é DJ, cantora e drag queen - sim, uma mulher que faz drag. 

A noite é de muita arte, música e celebração da pluralidade. O evento disponibiliza uma quantidade de entrada gratuita para pessoas trans, drag queen e pessoas com deficiência em situação de vulnerabilidade econômica.

A proposta da Mani é também misturar artistas de diferentes gerações e influências culturais. O evento, por exemplo, já passou pela histórica Tropical Club, boate LGBTQIA+ fundada nos anos 70, e que foi um importante símbolo de resistência e acolhimento de artistas performáticas durante a censura militar, e já teve como destaque a performance de Sfat Auermann, drag queen baiana lendária com mais de 30 anos de carreira.
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“O movimento se expande por diferentes localidades, sempre buscando romper com o convencional e apresentar propostas inovadoras navegando por diferentes bairros, e saindo do clássico. Quem vai se surpreende e sempre fica com um gostinho de quero mais. É o lugar para se jogar com seu look mais ousado”, ressalta Matheus Thierry.
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Próxima edição
A próxima MANIFESTO será neste sábado (8). A edição será em parceria com o Baile Banzé, projeto da House of Tremme e que é considerado o primeiro evento da cultura ballroom na capital baiana, celebrando a vida e arte de pessoas LGBTQIA+, principalmente trans e travestis. A edição será no Amarelinho Privilege, no bairro do Roma, com vista para a Baía de Todos os Santos.
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A programação contará com os dJs Lord Breu, nome da música baiana eletrônica e pioneiro na bass music na capital baiana; QueGaleraChata, que promete um set com electro e darkwave, e Dancehall Romantico, que vai encerrar a noite com hardtechno até o amanhecer. Os ingressos estão a R$ 40 (3º lote), no site da Shotgun.

“A curadoria das artistas é pensada de forma cuidadosa, temos como objetivo sempre proporcionar noites inesquecíveis e a Manifesto é praticamente uma festa-espetáculo. Damos preferência a pessoas LGBTQIAPN+ nordestinas no elenco. Apesar da MANIFESTO priorizar o gênero da música eletrônica, também trazemos em pauta estilos musicais nordestinos e brasileiros populares em nossas noites. Buscamos também uma abordagem a partir das artes integradas com artistas da dança, performance e projeções além da música”, finaliza Filipe Seabra.
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*Fotos: Matheus Thierry / Guilherme Rubini / Gabriel Lima.

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