29 Mar 2023
Confira como será a participação baiana na SP–Arte, que começa nesta quarta-feira (29)
Considerada a maior feira de arte da América Latina, o evento abriga neste ano expositores de oito países (Argentina, Brasil, Colômbia, Espanha, Estados Unidos, França, Peru e Uruguai) e 20 cidades brasileiras, como Belo Horizonte, Brasília e Fortaleza, além de São Paulo.
Salvador também participa da SP–Arte através das galerias Paulo Darzé, Alban, RV e Acervo, que estarão com exposições em seus espaços. Criativos baianos como Alberto Pitta e Eneida Sanches integram a programação de palestras e lançamentos que movimenta o evento.
Acervo
Nesta edição, a galeria levou a mostra inédita de Bel Borba, “O Louva-Deus e O Mar”, composta por pinturas produzidas com tinta acrílica sobre velas de veleiros navegadas, além de uma escultura, o “louva-deus”, feita com aço corten e um grande leme de Saveiro.
“Preparei uma exposição toda em cima da pele e da superfície dos veleiros, me apropriando da geometria dos recortes e das costuras que povoam essas velas e me deixando inspirar no design dos veleiros”, explica o artista.
Paulo Darzé
Presente na feira desde sua criação, em 2005, a galeria vai realizar uma exposição solo do artista Almandrade, comemorativa aos seus 50 anos de atividade, com uma mostra de 60 trabalhos, em pequeno e médio formatos, entre desenhos, pinturas e objetos.
“A gente adota a estratégia de fazer uma exposição solo como forma de nos destacar do contexto de feira. Criando miniexposições com catálogo e curadoria. Nesta edição, decidimos mostrar movimentos que não e espera de uma baianidade, como a arte neoconcreta de Almandrade, que considero uma ilha aqui na Bahia. Vamos mostrar um artista baiano que faz algo que pouco se espera de uma arte baiana”, destaca Thais Darzé.
Além de celebrar as cinco décadas do artista nascido na cidade baiana de São Felipe, em 1953, a Paulo Darzé está comemorando 40 anos em 2023.
Alban Galeria
Nesta edição, a Alban Galeria exibirá um projeto inédito do artista baiano Tiago Sant'Ana, idealizado para o contexto da feira paulistana, além de obras selecionadas para a ocasião, reunindo trabalhos de artistas de gerações e trajetórias já estabelecidas no circuito brasileiro e internacional da arte, ao lado de outros nomes que começam a despontar no circuito nacional da arte contemporânea.
Batizado de “Terceira Margem” - em referência ao texto homônimo de Guimarães Rosa -, o projeto de Sant'Ana, que é natural de Santo Antônio de Jesus (BA), consistirá em uma espécie de "gabinete" onde serão exibidas cerca de 15 obras de diferentes séries e fases de sua produção, entre fotografias, vídeos e pinturas.
RV Cultura e Arte
A galeria levou para seu espaço obras inéditas da série "Contra-ataque", de Pedro Marighella, um manifesto gráfico por outras formas políticas, em diálogo com trabalhos de outros cinco artistas baianos: Felipe Rezende, Isabela Seifarth, Marcos da Matta, Milena Ferreira e Vânia Medeiros.
“Evocando o potencial político da diversão e uma crítica aos modos de controle que ameaçam a vitalidade do comum, a série de Pedro incita uma espécie de levante ficcional e figurativo ao qual se juntam outros discursos relacionados a noções de territorialidade, memória, patrimônio, religiosidade e relações de trabalho”, destaca a galeria em comunicado.
A série tem como referência fotografias do acervo do artista capturadas entre os verões de 2014 e 2023 nas praias de Stella Maris, na Foz do Rio Jacuípe e no Carnaval do bairro do Santo Antônio.
Lançamentos e palestras
Nesta quarta-feira, às 15h, o público do evento vai poder bater um papo com a artista e arquiteta baiana Eneida Sanches sobre seu processo criativo e trajetória. Recentemente, ela abriu sua primeira exposição individual na galeria Arteformatto.
Alberto Pitta também estará presente na feira de arte, expondo duas obras inéditas da série Mariwô através da galeria Carmo Johnson Projects. “As telas derivam de uma pesquisa, que originou a série inspirada nos cultos as divindades iorubás, seus signos e símbolos milenares conectados a disporá africana no Brasil através do Candomblé e sua relação com a proteção, representada pela folha do dendezeiro chamada de Mariwô”, explica.
As obras escolhidas são dedicadas a Obaluaiye e Logunedé, dois orixás importantes no panteão de divindades cultuadas nos terreiros. As obras têm dimensão de 1,53 cm de largura x 1,73 cm de altura e profundidade de 5 cm emolduras em madeira maciça.
O evento ainda conta o relançamento do livro “Histórias Contadas em Tecidos: o carnaval negro baiano” do artista no domingo, na Arena Iguatemi no espaço da SP–Arte.
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