Com clientes de volta às ruas, mercado do vinho se reacomoda

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O crescimento do mercado de vinhos no Brasil nos últimos anos, principalmente durante o auge da pandemia de Covid-19, despertou o interesse de muitos. Desde 2018, o consumo per capita passou de 1,93 litro para atuais 2,5 litros, após bater o recorde de 2,8 litros em 2020. 

Segundo a consultoria inglesa Wine Intelligence, 36% da população adulta brasileira, cerca de 51 milhões de pessoas, bebe vinho ao menos uma vez ao mês, deixando o consumo nacional muito próximo do patamar, por exemplo, dos norte-americanos (32%).

Até o fim do ano passado, cerca de 750 empresas atuavam no segmento de vinhos, segundo levantamento da Ideal BI Consulting. Só nos últimos dois anos, o aumento no número de novas importadoras abertas no mercado brasileiro foi 34%.

“O relacionamento do brasileiro com o vinho mudou. Ele entrou mais no dia a dia e isso chamou a atenção de muita gente que viu uma oportunidade de negócio”, disse Alexandre Bratt, CEO do grupo Víssimo, holding que engloba Evino e Grand Cru, um dos maiores importadores do país, em entrevista ao NeoFeed.

No cenário atual, no entanto, com a alta das taxas de juros e a estabilização no consumo da bebida, tem-se notado uma reacomodação do mercado. Relatório da consultoria Ideal BI aponta para queda aproximada de 7% no volume de vinhos importados em 2022. Com isso, grande parte das novas empresas podem entrar "em dormência" a partir deste ano, com o volume de atividade que pode voltar ao que era em 2019.

"O mercado de vinhos caiu e nele não cabem mil importadoras. Na ponta da caneta, vale mais comprar de um importador especializado, que tem volume, armazena nas condições certas e te dá prazo de pagamento do que manter um estoque de alto custo", avalia Bratt, que também aponta a dificuldade de se chegar a um desenho tributário eficiente como mais uma desvantagem.

Durante a pandemia, com o cenário favorável, muitos entusiastas do vinho decidiram empreender de forma independente, arriscando até a importação de um contêiner inteiro, com cerca de 14 mil garrafas. Na maioria dos casos, a aposta era em apenas um ou dois rótulos inéditos de vinícolas que gostavam. Após o boom, no entanto, muitos passaram a ter dificuldade para vender o estoque, "porque outras 200 pessoas pensaram igual", aponta Bratt.

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Foto: Divulgação
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