Cientistas baianos desenvolvem canudo biodegradável à base de babosa, milho e glicerol

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Em busca de contribuir com a preservação do meio ambiente a partir da redução do uso de canudos de plástico, que levam até mil anos para se decompor, um grupo de pesquisadores de Vitória da Conquista, coordenado pelo professor Wilson Rodrigues, criou a startup BiotechLife e desenvolveu biocanudos a partir de materiais encontrados no sudoeste baiano.

O Biocanudo foi formulado a partir de milho, Mayzena Duryea, glicerol, Vetec, e gel da Aloe vera, conhecido como babosa, todos misturados à água destilada. “O protótipo produzido é consistente, maleável e íntegro até o tempo máximo de 15 minutos, estabelecido no ensaio quando inserido nos diferentes líquidos, nas temperaturas ambiente (25º C), refrigerado (7º C) e bucal (36º C). Estudos apontam que o tempo médio de vida útil do canudo plástico é de quatro minutos, o que torna o nosso produto aplicável comercialmente”, explica.

Segundo Wilson, a escolha das matérias-primas teve relação com a composição química das substâncias. “A amilose presente no amido em solução é responsável pela capacidade de formação de biofilme. Quando adicionado ao gel Aloe vera, forma uma rede de fibras, o que propicia uma melhoria nas características mecânicas, como resistência e tração. Já o glicerol entra como agente plastificante à solução filmogênica, que reduz a fragilidade do filme e aumenta a flexibilidade e a extensibilidade do produto”, afirma.

O pesquisador destaca ainda que o projeto pode contribuir positivamente para o desenvolvimento econômico regional e para o meio ambiente. “Na primeira etapa, foram utilizadas as folhas frescas de Aloe vera, obtidas de produtores rurais das cidades de Brumado e Rio do Antônio, o que poderá impactar em uma nova renda para região. Além disso, a idealização da proposta tem importância significativa para a sociedade, pois contribui para a preservação do meio ambiente, também promove a conservação da vida marinha, a promoção da saúde humana, a mudança de comportamento e o avanço tecnológico”.

Os próximos passos do projeto, de acordo com Wilson, são a regulamentação da fabricação do produto dentro da incubadora de empresas da Universidade Federal da Bahia e análises físicas e químicas do produto junto à equipe de Controle de Qualidade da BiotechLife.


* Por Luana Veiga. Foto: Divulgação/Secti.

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