Cidade no Nordeste tem casas esvaziadas às pressas com risco de formação de cratera

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Moradores do bairro de Bom Parto, em Maceió, foram obrigados a deixar suas casas às pressas, largando tudo para trás, nesta quinta-feira (30), em função do risco iminente de colapso de uma mina da Braskem. A decisão foi tomada pela Justiça Federal, que autorizou o Estado a usar a força policial em casos de resistência.

Foi determinada a desocupação de 23 residências, em atendimento a um pedido do Ministério Público Federal (MPF). Desde 2018, já foram mais de 14 mil imóveis desocupados. Cinco bairros da capital alagoana - Mutange, Bom Parto, Bebedouro, Pinheiro e Farol - são afetados pelo risco de afundamento, provocado pela extração de sal-gema pela Braskem.

Os moradores dizem não concordar com a forma como estão sendo retirados de suas casas, às pressas e sem preparo, após sucessivas tentativas de realocação. Eles pedem há anos a inclusão no Mapa de Risco da Defesa Civil, única maneira de ter direito à compensação financeira paga pela Braskem, petroquímica responsável pela mineração que causou o problema. O drama começou em 2018, após um intenso tremor de terra.

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A mineração em Maceió começou na década de 1970. A extração de sal-gema, minério utilizado na fabricação de soda cáustica e PVC era autorizada do poder público. Em fevereiro de 2018, as primeiras rachaduras no bairro do Pinheiro, uma delas com 280 metros de extensão, foram surgindo. Um mês depois, um tremor de magnitude 2,5 foi registrado, agravando o cenário de rachaduras, crateras e danos irreversíveis nos imóveis.

Somente um ano depois, o Serviço Geológico do Brasil (CPRM) confirmou que a atividade havia provocado a instabilidade no solo e as primeiras ordens de evacuação foram emitidas. De lá para cá, cerca de 55 mil pessoas foram afetadas, criando um cenário de bairros fantasmas.

Desde a constatação do problema, a Braskem trabalha para fechar e estabilizar as 35 minas na região, com profundidade média de 886 metros. Mas, só no último mês de novembro, 5 tremores de terra foram sentidos, gerando um alerta da Defesa Civil de Maceió para o "risco de colapso em uma das minas", podendo provocar o surgimento de uma imensa cratera, onde caberia o estádio do Maracanã, segundo especialistas. Além disso, com a formação da cratera, a água da lagoa na região, terra e detritos seriam escoados para dentro dela, formando um lago com profundidade de até 10 metros, impactando "de forma bastante trágica" toda a área de mangue local.

* Por José Mion, com informações do G1 Alagoas. Foto: Reprodução/TV Gazeta.

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