26 Feb 2024
CEOs brasileiros acreditam que seus negócios não serão viáveis em 10 anos, diz estudo

O pessimismo também atinge aqueles que estão à frente de empresas familiares. 63% desses empresários também acreditam que verão as portas de suas empresas fechando em uma década. Para a 26ª edição do estudo, foram ouvidos em todo o mundo mais de 4,4 mil executivos no final de outubro de 2023.
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As principais preocupações dos líderes brasileiros em geral são como as inovações tecnológicas podem afetar suas lucratividades (67%), as mudanças nas demandas e preferências do consumidor (63%), além da escassez de mão de obra (57%).
A apreensão dos CEOs das empresas familiares é similar. Esse grupo teme que seus negócios sejam afetados pelas mudanças nas demandas e preferências dos consumidores (65%) e pela escassez de mão de obra (60%). Eles acreditam também que as mudanças na regulação e as disrupções da cadeia de suprimentos (57%) serão fundamentais para levá-los ao fracasso.
“O ambiente empresarial está passando por mudanças substanciais. O que é considerado uma tendência promissora hoje pode se tornar obsoleto em cinco anos. Tudo acontece de forma rápida e fugaz. Enquanto novos mercados emergem, outros são deixados para trás”, opina Carlo Carvalho, Gerente de Estratégia e especialista em Inovação e Empreendedorismo.
“O avanço das novas tecnologias ocorre em ritmo acelerado, e acompanhá-las nem sempre é simples. O principal desafio para os CEOs pode ser sobreviver nesse cenário turbulento e manter seus planos estratégicos constantemente atualizados”, completa Carvalho.
Para escapar da falência, no entanto, é previsível que investimentos comecem a ser feitos, mas enquanto os CEOs pensam como estará a saúde dos seus negócios na próxima década, eles precisam lidar com o cenário atual marcado pela instabilidade econômica global, inflação e conflitos geopolíticos, fatores que podem ajudar a contribuir cada vez mais com o clima de pessimismo.
“A instabilidade econômica e geopolítica tem o potencial de minar a confiança tanto dos investidores quanto dos consumidores, levando-os a adotar uma postura mais cautelosa, o que resulta na redução de gastos e investimentos. Além disso, conflitos podem surgir em regiões ricas em determinados recursos, o que interrompe a produção e o fornecimento deles para o mercado”, explica o economista e geógrafo Carlos Fonseca. Medos
Quando perguntado aos CEOs brasileiros quais ameaças podem atormentá-los nos próximos 12 meses, a maioria citou a inflação (39%), instabilidade macroeconômica (38%) e riscos cibernéticos (27%). Os líderes de empresas familiares, por sua vez, citaram temer a inflação (38%), instabilidade macroeconômica (32%) e conflitos geopolíticos (27%). Os executivos, que não podem cruzar os braços diante do cenário de incertezas, dizem fazer investimentos para manter seus negócios viáveis.
Os líderes de empresas familiares, por exemplo, estão priorizando investimentos em áreas como automação de processos e sistemas (87%), capacitação da força de trabalho (78%) e adoção de tecnologias avançadas, como computação em nuvem e inteligência artificial (IA) (72%). O mesmo faz os restantes dos CEOs brasileiros em porcentagens similares.
A fórmula saudável para transformar o futuro encarando o presente, sugere o estudo da PwC, é encontrar um equilíbrio entre lidar com os desafios imediatos do presente e investir em iniciativas que preparem a empresa para o futuro.
“O consumidor está cada vez mais exigente e o mercado em plena transformação. Adaptações precisam ser pensadas e colocadas em práticas todos os dias para acompanhar o ritmo. Encontrar a fórmula entre vencer esses desafios e pensar na saúde da empresa a longo prazo é uma tarefa difícil, talvez nenhum de nós tenhamos a resposta, por ora”, opina Brízio Oliver, CEO e Diretor criativo da empresa de calçados Glac.
Por Nilson Marinho para CORREIO.
Foto: Divulgação.
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