Casa do Carnaval da Bahia registra crescimento de quase 70% em número de visitas

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Criada para homenagear e celebrar a história da maior festa popular de rua do mundo, a Casa do Carnaval da Bahia recebeu mais de 28 mil turistas entre os meses de janeiro a maio deste ano, um crescimento de 68% em relação ao mesmo período do ano passado. Mais da metade vem de outros estados do país, mas o número de visitantes baianos também tem crescido.

Antes do início do Carnaval de Salvador deste ano, o museu atingiu um importante recorde, quando mais de 1,3 mil pessoas circularam pelo espaço em um único dia. “Na alta estação, geralmente temos de 100 a 300 visitantes por dia aqui. Então, do nada, esse número cresce em mil pessoas, ficamos muito impressionados”, conta Romilson Vieira Selles, mediador do museu há cerca de dois anos, o mais antigo no local.
 
Só este ano, aproximadamente 10 mil baianos já visitaram a Casa do Carnaval, um aumento de 43% em relação a 2022. Para Romilson, o crescimento é reflexo de uma busca por conhecer a própria cultura. “A gente percebe uma procura maior, acredito que pela sensação de pertencimento e de identificação com a própria cultura que o espaço traz”, refletiu.  

Estrutura – Inaugurado em 2018, o primeiro museu do Carnaval no Brasil celebra a história da folia por meio de conteúdos audiovisuais e interativos, abordando desde a origem da festa, nos entrudos lusitanos do século XVIII, passando pelas alterações e proibições elitistas sofridas, até a criação do trio elétrico e o crescimento exponencial da festa, que, hoje em dia, atrai mais de 2,7 milhões de pessoas a Salvador. 

Localizada na Praça Ramos de Queiroz, no Pelourinho, a Casa do Carnaval está a poucos metros do Terreiro de Jesus e da Praça Castro Alves, locais icônicos para o Carnaval de Salvador. Administrado pela Secretaria de Cultura e Turismo de Salvador, tem curadoria do artista e designer baiano Gringo Cardia, juntamente com o reitor da Universidade Federal da Bahia, professor doutor Paulo Miguez, especialista em Cultura e Carnaval da Bahia, além de um amplo grupo de artistas e pesquisadores como Jonga Cunha e Bete Capinan. 

O espaço conta com dois pavilhões expositivos, com mais de três horas de conteúdo audiovisual relacionados à festa. No térreo, as salas “Origens do Carnaval” e “Criatividade e Ritmos do Carnaval” contam a história e evolução do carnaval narradas por artistas que criaram e foram criados pela festa. Na sala de entrada fica a biblioteca da Casal do Carnaval. O acervo conta com nomes como Zélia Gattai, Juarez Paraíso, Carybé, Nelson Cadena e J. Cunha, que também assina os painéis fixados na parede e do teto da entrada. 

É um espaço que perpassa a história de uma festa não só de Salvador, mas da Bahia, e que mostra personagens e momentos que são intrinsecamente relacionados à folia. No primeiro museu do Carnaval do país, é contado o surgimento dos trios elétricos, os caminhos que os blocos afro trilharam para se fortalecer e ganhar o devido lugar de destaque e poder, passando pelo fortalecimento de ritmos afro-baianos como o samba-reggae, o axé e o pagode na história da festa baiana”, destaca o titular da Secult, Pedro Tourinho.  

Experiências temáticas – Na sala “Origem”, brilhantes máscaras carnavalescas, bonecos pierrôs e uma escultura topográfica de Salvador contextualizam a história que está sendo contada nas telas. Já na “Criatividade e Ritmos do Carnaval”, os conteúdos abordam especificidades do Carnaval, como o trio elétrico, os blocos afro, a exportação do carnaval para o mundo e os diversos ritmos que compõem o a festa. 

Também há um espaço para Carnaval do interior, como em Jacobina e Maragogipe, e a Micareta, além de um painel exclusivo dedicado aos artistas que têm construído visualmente e artisticamente o carnaval, como Juarez Paraíso, Manoel Araújo, Bel Borba, J. Cunha e Alberto Pitta. Para acessar o conteúdo audiovisual do museu e ter a experiência completa, ao visitante é dado um dispositivo móvel e fones de ouvido, que permitem sincronizar o conteúdo a ser apresentado nas telas.  

No segundo pavimento do museu está o Cinema Interativo, onde os visitantes podem dançar e tocar as músicas que são apresentadas nas telas. Nas salas A e B, o objetivo é que as pessoas conheçam mais sobre artistas, afoxés e blocos de trio. Cantoras como Daniela Mercury, Ivete Sangalo e Baby do Brasil falam do Ilê, Olodum, Harmonia, Psirico e bandas como Eva, Jamil, Cheiro de Amor. Na outra sala, Carlinhos Brown, Antônio e Camila Pitanga e Xanddy vão falar de artistas como Luiz Caldas e Igor Kannário e de Asa de Águia e Chiclete com Banana. 


Localizada na Praça Ramos de Queirós, no Pelourinho, no Centro Histórico de Salvador, a Casa do Carnaval da Bahia funciona de terça a domingo, das 10h às 18h. A entrada custa R$ 20. Estudantes, idosos e residentes na capital baiana pagam R$10.




* Por Luana Veiga. Foto: Jefferson Peixoto/Secom.

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