Bruno Astuto fala sobre Ana Maria Braga: 'Ela é o amor da minha vida'

O jornalista Bruno Astuto revelou que deve grande parte da sua carreira à apresentadora Ana Maria Braga, do Mais Você. "Etiqueta é um tema que eu falei durante dez anos no programa da Ana Maria. A maior escola profissional que eu tive na vida foi essa. (...) Esse amor que as pessoas trazem pra mim veio dela. Foi ela quem legitimou. Foi ela que me ensinou a falar com todo mundo. Isso é muito legal. A maior professora que eu tive na vida foi ela", afirmou.

Especialista em etiqueta social, moda e realeza britânica, Astuto foi o oitavo convidado do Alô Alô Convida*, live promovida pelo site Alô Alô Bahia. Na conversa com o jornalista Pedrinho Figueredo, ele - que assumiu, em 2019, o cargo de CCO (chief creative officer, chefe de criação) do Grupo JHSF, empresa que atua nos setores de shopping centers, incorporação imobiliária, hotelaria e gastronomia - contou que sente saudades da televisão, mas confessa que ama trabalhar nos bastidores.

Hoje, ele segue como colunista na Revista Ela, do jornal O Globo, e da Vogue. Bruno já passou pelo jornal O Dia e pela revista Época e ficou conhecido nacionalmente no Mais Você, da Globo. "Eu amava fazer aquilo (televisão). Mas o meu momento de vida virou depois, quando eu decidi ir pros bastidores da moda, fazer outra coisa, trabalhar nos shoppings, nas marcas. Eu queria me 'provar' depois de dez anos. Mas ela (Ana Maria) é o amor da minha vida. Todo mundo sabe. Ela foi meu 'padre' do meu casamento", relembrou Astuto.

A festa de casamento de Bruno Astuto com o estilista Sandro Barros aconteceu em 2014, em São Paulo, na casa do publicitário baiano Nizan Guanaes e de Donata Meirelles, melhor amiga de Bruno. Ana Maria Braga fez a bênção que celebrou a união do casal. 
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"Sandro é o amor da minha vida. Nós nos casamos há seis anos, estamos juntos há quase dez. Quando a gente casou foi maravilhoso olhar ali a certidão de casamento. Você ter ali uma juíza de paz celebrando seu casamento, na casa da minha melhor amiga. No dia do casamento você fica muito sensível, é uma loucura (...). Quando eu olhei o Instagram e vi que alguém escreveu: 'Casamento é com homem e mulher'. Aí aquilo me pegou. Nunca esse tipo de coisa me pegou na vida. Eu não fui criado assim. Na minha casa não era assim - fulano é gay, fulado é gordo. Isso nunca foi um assunto. Tudo foi sempre no amor e no caráter. Eu fiquei arrasado. Aí veio Donata pra mim e falou: 'Levanta a cabeça. O preconceito não vai te pegar (...) Um monte de gente que está aqui sem coragem, achando que é impossível. Então vamos fazer o casamento mais lindo pra todo mundo se inspirar e acreditar'. E foi lindo meu casamento! Eu não posso ver o DVD que eu choro", contou o jornalista e executivo.
 
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Ainda falando de preconceito, Bruno disse que esses "são tempos esdrúxulos e de retrocesso". "Mas é normal. Quanto mais a sociedade avança, isso é bom sinal. Porque eles (os preconceituosos) ficam com ódio que a gente está avançando e ficam querendo puxar o freio pra trás. Eu até escrevi isso num texto sobre Jane di Castro que vai sair domingo no jornal O Globo. As pessoas tentam puxar a gente pra trás, mas eu quero ir pra frente. Aquela história de "novo normal" pra mim não existe. Eu não quero novo normal, nem antigo normal. Eu quero anormal! Quero ir pra frente. Quero diferente", pontuou.

Entrevistas marcantes
No bate-papo, Figueredo lembrou que Bruno já fez diversas entrevistas marcantes. Conversou com o estilista italiano Valentino Garavani, o Valentino; com o ator Antonio Banderas; além de Farah Diba, a última imperatriz do Irã. Mas qual foi a mais marcante?

"Várias pessoas me ensinaram coisas e me ajudaram na minha formação. Eu gosto de pessoas que participaram de história. Mas, já que a gente está falado de Bahia, eu vou falar uma pessoa que eu entrevistei que eu amo de paixão.Raimunda Nonata do Sacramento, mais conhecida como Luana de Noailles, a primeira modelo negra brasileira a fazer sucesso na Europa. Luana foi para França nos anos 1970 e realmente conquistou Paris. Era baiana, maravilhosa, depois virou uma Condessa [de Noialles, após seu casamento com o conde Gilles de Noailles, em 1977]", afirmou Bruno.

Luana, assim como outros entrevistados, tornou-se uma grande amiga. "Ela é uma pessoa que eu amo. É minha grande e querida amiga, com quem eu falo sempre. Quem me aproximou dela foram outras pessoas maravilhosas que foram muito influentes na minha vida: o grupo das Divinas Divas - com Rogéria, Jane di Castro e Eloína. Essas foram três mulheres que me influenciaram muito, que são muito fortes pra mim. São presenças de combate ao preconceito, fizeram uma grande história", pontua.

O jornalista disse que ficou arrasado com a morte de Jane di Castro na semana passada. "Foi uma pessoa que me aproximou muito de histórias e vivências interessantes", acrescenta.

Mas nem todas as entrevistas e conversas que teve o jornalista quer levar pra vida: "Claro que teve umas que eu falei: meu Deus do céu, onde eu fui me meter? E aí pra escrever foi um horror...".

Mesa posta
Pedrinho também pediu para o jornalista dar dicas de mesa posta. "Eu posso te falar uma coisa? Eu sou um selvagem. Se você deixar, eu como em pé, na panela. Eu não sou essa pessoa. Essa paixão é do Sandro. Eu aprendi a apreciar. Porque realmente é um ritual que te faz juntar a família. Não precisa ser com louça maravilhosa e caríssima. Um vasinho de flor que você trás pra casa já faz a diferença. Eu sou italiano e a mesa é muito importante", acredita.

Mais importante do que uma arrumação que siga tendências é a interação e o acolhimento. "As pessoas levam iPad pra mesa (...). Não dá, gente. Isso não é normal. Não é legal. Quando você põe essa mesa bonita - nem que seja uma vez por semana, que você obrigue... Cada um da casa pode ficar responsável por uma mesa inventiva por semana. Uma coisa bonitinha, diferente. Pode usar uma folha que você pegou no parque - você coloca ali e faz uma mesa linda de folhas. A beleza convida a pensamentos bons, a trocas boas, à receptividade. Quando você faz uma mesa bonita, o que não pode faltar é acolhimento", garante.

Nesse sentido, ele acredita que não só as famílias como as pessoas, quando vão à restaurantes, por exemplo, precisam se monitorar: "Não leve telefone pra mesa. A não ser que você seja médico, bombeiro, tenha uma profissão de urgência. Aí, lógico, todo mundo vai entender. Caso você tenha alguma urgência, você fala também. Mas normalmente nunca leve. Aquele momento você tem que entregar pra pessoa".

Emoção
A live teve vários momentos emocionantes - inclusive, logo no início, quando Pedrinho citou a musa inspiradora de Astuto. "Eu fui pego de surpresa. Não estou acostumado com isso. Só podia vir dessa terra maravilhosa. E eu fiquei muito emocionado com as suas palavras", disse o convidado.

"Nascido, no bairro do Grajaú, Bruno Astuto conquistou a sociedade do Rio de Janeiro através da sua inteligência, perspicácia, nobreza e elegância. (...) Hoje escreve e faz parte da high society. Na televisão, se tornou referência para todo o país naquilo que é bom. Dos cerca de 10 mil livros que tem em sua casa, talvez a maioria trate de um dos seus assuntos favoritos: as monarquias", disse ainda Pedrinho.

Assista abaixo ao bate-papo completo:
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

 

Fotos: Alô Alô Bahia e Reprodução. Siga o Insta @sitealoalobahia

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