Boas indicações para o Dia Nacional do Livro. Vem ver!

No Dia Nacional do Livro, celebrado em 29 de outubro, o Alô Alô Bahia foi descobrir qual é a relação dos(as) jornalistas Camila Marinho e Jorge Gauthier, do escritor Edgard Abbehusen e da professora Malu Fontes, com a leitura, além de saber quais foram as obras que marcaram de alguma maneira as suas vidas. Vem saber!

Camila Marinho

Tenho uma relação íntima com a leitura porque estou sempre lendo algum livro. Leio de tudo, sem distinção, e com uma mania de grifar ou marcar coisas que considero importantes.  Atualmente, estou lendo "O curso do amor", do filósofo Alain de Botton, que é muito bom para entender o relacionamento ao longo dos anos. Mas recomendo um livro que li há 2 anos chamado "Mindset - A nova psicologia do sucesso", de Carol Dweck. É uma obra que expande a nossa mente e nos faz entender que podemos mudar nossa vida quando nos libertarmos dos paradigmas sobre nós mesmos. A nossa forma de encarar a vida e os problemas é fundamental para  o desenvolvimento pessoal e profissional.
 
Jorge Gauthier

Sou um entusiasta da leitura. Acredito que os livros nos levam a lugares que nunca conseguiríamos acessar. Os livros abrem mentes e provocam revoluções no pensamento. Recentemente, li pela terceira vez do livro 'Viagem solitária - memórias de um transexual 30 anos depois', escrito pelo primeiro homem trans que o Brasil teve notícia, o João Nery. É uma história que mostra a luta de João para ser quem ele foi em todos os momentos da vida. Esse livro, mais do que um relato autobiográfico, é uma inspiração para quem quer enfrentar seus medos e sair da inércia da vida.
 
Edgard Abbehusen

Atualmente, estou lendo “O sumiço da Santa”, de Jorge Amado. A indicação foi do artista plástico Suzart, que ilustrou o meu segundo livro. Conversávamos sobre Jorge e ele falou sobre este livro, fiquei curioso e fui buscar ele. Em 2019, depois que comprei o Kindle, consegui ler mais. Ler é ter tempo para você mesmo, né? Então resolvi fazer esse investimento, pois, como estou viajando muito, o Kindle facilitou essa minha rotina de leitura. Ao mesmo tempo, estou lendo uma coletânea de poemas de Florbela Espanca. Gosto muito de poesia, apesar de não ser o gênero que escrevo. Minha relação com a leitura hoje, além do amor que tenho pela literatura, é que escrever virou o meu trabalho. Então, quanto mais eu leio, mais eu melhoro como autor. Mais a minha mente e o meu vocabulário se expande. O meu senso criativo ganha massa muscular (risos).
 
Malu Fontes

A leitura, os livros e os autores são os elementos que me inventaram e que todos os dias constroem e alargam minha subjetividade, sensibilidade e formação. Indicar ou escolher um livro para terceiros é uma escolha impossível. Há livros que adoro, mas sei que têm valor pessoal extraordinário por uma série de referências ou relações com fatos, caraterísticas ou fenômenos que são importantes ou interessantes para mim, não para a maioria das pessoas. Indicá-los sempre vai parecer um ato intelectual de egoísmo, de prepotência ou de exibicionismo. Hoje, movida pela percepção de ver, por toda a parte, tanta gente vivendo sob desconforto e dores existenciais insuportáveis, indico dois livros de um mesmo autor, ambos de Andrew Solomon, ambos não ficção e longe de serem auto-ajuda: “Longe da Árvore”, que fala sobre filhos que nascem em famílias cujas expectativas eram a de um filho, uma filha, bem diferente daquele ou daquela que veio. E “Um Crime da Solidão”, uma coletânea de textos sobre pessoas que lidam todos os dias com a falta de sentido de suas vidas, numa escala que faz parecer que nada vale a pena.

Minha relação com a leitura é mais ou menos assim: só tenho uma vida. E ela sempre me pareceu muito curta, pequena, ínfima, para que eu veja, experimente e sinta tudo o que eu queria ver, experimentar e sentir. Os livros são um lugar fora de mim onde eu posso olhar, sentir e viver milhares de vidas e de sentimentos e experiências que não caberiam jamais em minha existência. Cada livro, cada história, cada personagem, real ou ficcional, me é uma vida extra, riquíssima, de onde trago para a minha imaginação milhões de mundos onde nunca vou estar fisicamente. Nada me formou mais que as leituras que fiz.
 

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