Bailarina brasileira Ingrid Silva sofre racismo nos Estados Unidos

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A bailarina brasileira Ingrid Silva, uma das figuras mais importantes do balé mundial, relatou, em publicação nas redes sociais, uma situação de racismo que viveu nos Estados Unidos. De acordo com a primeira brasileira a entrar para a companhia Dance Theatre of Harlem, um norte-americano perguntou se ela estava lá para trabalhar como faxineira. Radicada há 14 anos em Nova York, Ingrid estava passeando em um parque na cidade de Filadélfia com o marido e a filha, Laura. Ela estava na cidade para um compromisso profissional.

"Um americano, que fala português e estava no parque onde a gente estava, viu eu falando com ela em português, e falou assim: 'ah, é brasileira? Eu estava no Rio há duas semanas", diz.

Ingrid conta que eles continuaram conversando e o homem perguntou se ela morava na Filadélfia. "Eu falei que 'não, eu não moro na Filadélfia. Estou trabalhando aqui, eu vim para trabalhar'. E aí, ele falou assim: 'cleaning?' [faxina?] Faxineira?'"

"Eu falei para ele, 'não, eu sou bailaria clássica', e a cara dele ficou assim: uau! Por que eu não poderia ser uma bailarina clássica? [...] "Quando ele falou isso, me pegou de um jeito, tipo assim, choque. Em 14 anos morando em Nova York, eu nunca conversei com alguém que simplesmente assumisse, por ser uma mulher preta, que eu estaria limpando. Ou verbalizasse isso. Nada contra as pessoas que limpam, de jeito nenhum, minha mãe foi empregada doméstica, mas eu nunca imaginei que alguém iniciaria uma conversa desta forma", diz Ingrid em relato. 
 

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