Bahia ganha primeira especialização em Teatro do Oprimido do Brasil

redacao@aloalobahia.com

A Universidade Federal da Bahia, por meio da Escola de Teatro (ETUFBA), abre a primeira pós-graduação lato sensu do Brasil com foco no Teatro do Oprimido, com duração de 18 meses, intitulada “Especialização em Teatro do Oprimido: práticas político-pedagógicas”. O método e modelo cênico-pedagógico visa a conscientização social.

Clique aqui e participe do canal do Alô Alô Bahia no WhatsApp

A especialização inédita terá três momentos presenciais, com o primeiro a ocorrer do dia 15 a 27 de janeiro; o segundo de 15 a 27 de julho; e, por fim, de 20 a 25 de janeiro de 2025. Nos intervalos entre as aulas presenciais, ocorrerão encontros virtuais, para acompanhamento das pesquisas individuais dos discentes partícipes da formação.

teatro1
A formação é fruto direto das ações do projeto “Estruturante de Formação em Teatro do Oprimido” – contemplado no Edital Pro-Humanidades (nº 40/2022 - Linha 3B - Projetos em Rede - Políticas públicas para o desenvolvimento humano e social), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq. O referido projeto conta ainda com a parceria de instituições associadas: Universidades Federal do Acre -UFAC; Federal do Sul e Sudoeste do Pará - UNIFESSPA; Federal do Sul da Bahia - UFSB e Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB. 

Os módulos de cada momento serão ministrados por docentes da ETUFBA e artistas convidados - ou como Boal os chamava, curingas -, que o ajudaram a criar o método desde o ano de 1986, quando fundaram o Centro de Teatro do Oprimido, no Rio de Janeiro. Dentre eles: o doutor em teatro Licko Turle; o premiado cenógrafo e teatrólogo Cachalote Mattos; o professor de teatro da Universidade Federal do Acre, Flávio Santos da Conceição, curinga de 2001 a 2016;  a doutora e mestra em artes cênicas, a bióloga Helen Sarapeck, e Bárbara Santos - que desenvolveu a sistematização do Teatro das Oprimidas.

teatro
Somados a estes, na primeira etapa, de 15 a 27 de janeiro, os módulos da especialização contam com a docência de Celida Salume, Hayaldo Copque, Alexandra Dumas, Lenira Rangel, Cristine Douxami e a atriz e dramaturga Antonia Pereira. Esta última, professora e pesquisadora da Escola de Teatro e coordenadora da área de Ciências e Humanidades para a Educação Básica - Mestrados e Doutorados Profissionais em Rede da CAPES, é a coordenadora geral da Especialização em Teatro do Oprimido. 

Grande parte da equipe pedagógica apresentada integra o Grupo de Estudos em Teatro do Oprimido (GESTO), coletivo de pesquisadores criado em 2011, cadastrado no diretório do CNPq e que hoje também é sediado na Escola de Teatro da UFBA. O grupo se propõe a estudar e difundir o Teatro do Oprimido, promover as Jornadas Internacionais de Teatro do Oprimido e Universidade - as JITOU, publicações periódicas de livros e intervenções teatrais que busquem transformações sociais. É através do site do Gesto que os interessados podem acessar todas as informações a respeito do Especialização em Teatro do Oprimido.

teatro4
A coordenadora da especialização, Antonia Pereira, pontua que o curso destina-se a proporcionar uma sólida formação, que não apenas instrumentalize os diferentes profissionais das humanidades com a metodologia, mas que contribua para produzir estudos e ferramentas sociais para o combate de problemas como o racismo, a homofobia, a pobreza, mediante o fortalecimento do potencial artístico-cultural. “Buscamos o aprimoramento técnico, crítico e estético dos profissionais de diversas áreas do conhecimento, através de um olhar mais sensível e humanizado”, realça.

As atividades desta formação pretendem abarcar um público extenso, formado por educadores e profissionais diversos, oriundos das diferentes regiões do Brasil e do exterior, em especial dos países da América Latina onde há, hoje, um grande número de praticantes do Teatro do Oprimido. “Queremos atender aos profissionais das artes, pedagogia, psicologia, ciências sociais, direito, serviço social, comunicação, saúde, além de educadores, licenciados, docentes, gestores, técnicos e estudantes de pós-graduação que visam atuar com o Método em seus processos e práticas político-pedagógicas”, especifica Pereira.


* Por Naiana Ribeiro. Fotos: Divulgação

Leia mais notícias na aba Notas. Acompanhe o Alô Alô Bahia no TikTok. Siga o Alô Alô Bahia no Google News e receba alertas de seus assuntos favoritos. Siga o Insta @sitealoalobahia, o X (antigo Twitter) @AloAlo_Bahia e o Threads @sitealoalobahia.

NOTAS RECENTES

TRENDS

As mais lidas dos últimos 7 dias