30 Jul 2023
Autora da escultura de Maria Felipa, Nádia Taquary vai participar de uma das principais mostras de arte do mundo
Considerada um dos principais eventos internacionais de arte contemporânea, a Bienal de Sidney acontece desde 1973 e atua como uma plataforma para arte e ideias, apresentando o trabalho de quase 1.900 artistas de mais de 100 países ao longo desse tempo. Sua 24ª edição terá como tema Ten Thousand Suns (Dez Mil Sóis) e será realizada ao longo de três meses, de 9 de março a 10 de junho de 2024. “Recebi a notícia com muito alegria, mesmo por ser uma das poucas pessoas fora da Austrália [selecionada] e em um ranking que imagino ter sido seleto”, disse Nádia em entrevista ao Alô Alô Bahia.
“Foram muitas conversas com os curadores da bienal, Cosmin Costinaș e Inti Guerrero. Eles trazem um tema para o evento com o qual meu trabalho dialoga muito, sobre resistência, legado, continuidade. Eu faço muitas referências às histórias de lutas coletivas, principalmente desse feminino ancorado num sagrado também. Hoje ele está pleno nas minhas obras, principalmente enquanto elemento “cor” e isso tem relação direta com o que a Bienal vai falar, dessas cores todas, diversas, múltiplas, que o sol traz depois da noite, que ele rebate e reluz”, destaca.
"A 24ª Bienal de Sydney propõe a celebração como um método e uma fonte de alegria, produzida em comum e amplamente compartilhada. Invoca um espírito de abundância e generosidade como poderosos instrumentos políticos. Esta edição revisita legados de resistência coletiva, força e exuberância, ao mesmo tempo em que celebra a exposição como um carnaval de raios e brilho, apropriadamente intitulado Dez Mil Sóis", afirmaram os curadores em comunicado.
A declaração, que fala também de alegria e esperança como ferramenta de luta, tem total consonância com a produção da artista baiana ao longo de sua trajetória. “Meu trabalho, lá no início da carreira, falou do belo fascinante da joalheria Crioula como essa tática de resistência. Esse é um encontro de minha poética com o tema”, analisou Nádia.
Bahia, Brasil, mundo
Atualmente, Nadia Taquary participa de “Um Defeito de Cor”, em cartaz no Museu de Arte do Rio – MAR, mostra coletiva que reúne 400 obras, entre desenhos, pinturas, vídeos, esculturas e instalações, de mais de 100 artistas de diversas partes do Brasil e do continente africano. Tem obras suas também em "Brasil do Futuro", no Centro Cultural Solar Ferrão, em Salvador; em “Um Oceano para Lavar as Mãos”, no Palácio Quintandinha, em Petrolina - para onde levou a instalação Puxada de Rede. Barco, formada por uma rede de madeira com 17 metros e 80 peixes de prata (foto abaixo); e em “Craft Front Center”, em exibição no Museu de Arte e Design de Nova York até abril do ano que vem com obras que foram adquiridas pela instituição.

A baiana também integrará a exposição “Dos Brasis – Arte e Pensamento Negro”, que reunirá mais de 300 obras de 240 artistas negros, de todos os estados do Brasil. A mostra coletiva abrirá no Sesc Belenzinho, em São Paulo, nesta terça-feira (2) e, a partir de 2024, terá uma parte circulando em espaços do Sesc por todo o Brasil pelos próximos 10 anos.
Fotos: Diego Rodrigues/divulgação e Beatriz Franco
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