24 Jul 2023
Assassin’s Creed ganhará história em quadrinhos ambientada no Brasil

O trio de brasileiros trabalhou para entregar a história ao Studio Lounak de HQs e à Ubisoft, empresa de jogos eletrônicos criadora da franquia Assassin’s Creed. O lançamento está programado para novembro deste ano, em língua inglesa, e ainda não há previsão de tradução para o português.
La Bestia, como é chamada a trama, será a principal história do volume um do projeto Assassin's Creed Visionaries, que trará artistas de diversas partes do mundo para criarem histórias no universo do jogo. As narrativas respeitam a coerência interna do universo de Assassin’s Creed, o que é chamado de cânone, mas não farão parte do enredo oficial dos jogos.
“Deliberadamente escolhemos bancar uma história sobre a ditadura porque a gente precisa acabar com esse negacionismo de que talvez ela nem tenha existido. Ela existiu e foi cruel”, afirma Ale Santos, que é historiador. “Contar a ditadura brasileira em uma franquia poderosa nos Estados Unidos é como se falássemos para o mundo que isso verdadeiramente aconteceu, e a gente não vai deixar barato que as pessoas tentem apagar essas lembranças.”
Sem dar muitos detalhes, o escritor conta que La Bestia segue um grupo de estudantes que desafia o governo e luta pela liberdade e justiça. A protagonista é Alicia, uma jovem argentina que acaba presa em um protesto e vai parar nos porões da ditadura, onde um misterioso "Doutor" está envolvido em experimentos que visam erradicar o espírito de revolta na humanidade.
“É nesse contexto que a ordem dos Assassinos se reúne na América Latina para impedir que esse plano seja concluído”, adianta ele, que explica ter partido do próprio universo do jogo para montar a narrativa fictícia que o entrelaça com a história brasileira. “É do cânone do Assassin’s Creed que teria um investimento dos Templários em algumas ditaduras da América Latina, que os Templários teriam incentivado alguns golpes militares na América Latina. Então, notoriamente, os Assassinos seriam contra as ditaduras que tivemos por aqui.”
A história tem apenas 10 páginas e o roteirista afirma que a concisão exigiu que muitos detalhes históricos saíssem dos diálogos para aparecerem em referências visuais. “Rafael Albuquerque fez uma pesquisa muito profunda sobre as roupas, os símbolos, os sinais. Muitas das mensagens do contexto histórico entram mais na parte visual. Por ser uma obra de ficção, a gente tinha que fazer uma adaptação da história [do Brasil] para uma franquia que já existe.”
Apesar do compromisso com a denúncia daquele contexto histórico, o Rafael destaca que a história é ficcional, com personagens e fatos inventados. Ele conta que um dos desafios foi criar algo que fosse interessante para brasileiros e estrangeiros. “O brasileiro vai pegar esse contexto de uma maneira mais pessoal, mas também tem que funcionar para o público gringo, onde a história está sendo veiculada. Precisa atender a esses dois públicos da melhor maneira.”
* Por Luana Veiga. Foto: Divulgação.
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