As intermitências da morte na era mobile

Sócio-diretor da Agência NBZ Negócios Digitais

“No dia seguinte ninguém morreu”. Assim começa o genial livro As Intermitências da Morte, de Saramago, sobre o dia em que a Morte decide não mais matar. Caro leitor, se você não leu, pare aqui e vá ler! Mentira, leia depois. Prometo ser breve. Porque assim é a dinâmica online. Rápida. Entrecortada. Intermitente...
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O Google tem uma definição genial pra nova jornada de consumo online via smartphones chamada micromomentos: “minúsculos momentos de intenção de tomada de decisão e formação de preferências que ocorrem durante a jornada do consumidor”.
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Ao longo do dia, experimentamos curtas interações com muitas coisas. Lemos notícias entre conversas no WhatsApp que nunca terminam, interagimos com marcas no feed do Instagram e vamos pesquisar no Google sobre alguma referência (alguém parou o texto pra buscar o livro de Saramago?). Tudo segmentado em pequenos blocos de atenção.
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Hoje, o desafio dos negócios online, seja um simples site institucional ou um grande e-commerce, é como entregar a solução da maneira mais simples, prática e veloz. Um estudo do Google mostra que que pra cada segundo de carregamento do site parte considerável da audiência é perdida. Então, soluções digitais devem se preocupar com usabilidade e performance. Resolver rápido a vida do usuário, seja na hora de ler uma notícia ou pedir uma pizza num aplicativo. E sempre pensando primeiro no mobile.
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Quem ainda acha que telefone é aquela coisa que você liga, a pessoa atende, e vocês passam horas até que a conversa se resolva com um ponto final e um tchau, decretando a morte daquela longa interação, merece uma ficha de metal da Telebrás.
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Nessa era da intermitência veloz e perpétua, só quem morreu foi o ponto final...

(por Carlos Batalha)
 
Foto: Pexels. Siga o insta @sitealoalobahia.

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