15 Dec 2021
Após pandemia, Caraíva quer manter essência de paraíso intocado

Não é a primeira vez, desde sua “descoberta”, que o vilarejo, acessado apenas por canoas, reflete sobre o turismo e seus impactos. Com cerca de 600 moradores, a população chega a dobrar na alta estação, quando a vila fica lotada de visitantes, muitos dos quais descumprem regras sanitárias e de preservação do meio ambiente. No último réveillon, as cenas de aglomeração, por exemplo, geraram uma carta aberta da Associação dos Nativos de Caraíva.
Com isso, mais do que nunca, o vilarejo busca valorizar o estilo de vida local, com suas ruas de terra batida, sem a circulação de veículos automotores, com internet e sinal de celular instáveis, destino perfeito para quem busca refúgio e distância de badalação. Até mesmo as pousadas vêm reforçando o lifestyle, refletindo o clima de tranquilidade da vila com a oferta de serviços que vão de massagens a aulas de ioga. Em algumas, não há nem televisão nos quartos.
Por lá, prestadores de serviço comemoram a retomada gradual do turismo e esperam um verão movimentado. Muitos nativos, no entanto, esperam que limites sejam respeitados. Após pressão da comunidade, a Prefeitura determinou que as festas de fim de ano sejam para até 850 pessoas, a despeito do decreto estadual em vigor, que permite eventos com até 5 mil pessoas. “É impossível que volte a ser o que era no passado. Antes até tinha inverno e verão. Agora é como se só tivesse verão", reflete o pescador Antônio Borges da Silva, de 87 anos, nascido e criado na vila. Durante a pandemia, diz ele, foi possível reviver um pouco da tranquilidade da Caraíva de sua juventude.
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