Após boicote, cerveja está custando menos que água mineral nos EUA; entenda o caso

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Figurando por muitos anos como a cerveja mais vendida dos Estados Unidos, a Bud Light está sendo alvo de um amplo boicote de consumidores que já dura meses, e que criou uma situação bastante curiosa: em vários estabelecimentos, é possível encontrar o produto sendo vendido por um preço menor que o de uma água mineral.

A situação se desenrola desde abril deste ano, quando a Budweiser, uma marca da Anheuser-Busch InBev (AB Inbev), que tem os brasileiros Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles entre seus controladores, decidiu utilizar uma influenciadora transgênero em uma publicidade nas redes sociais. 

Dylan Mulvaney, que possui milhões de seguidores em suas redes sociais, publicou um vídeo de publicidade com a marca, em que mostra as cervejas que recebeu contendo o desenho do seu próprio rosto estampado na lata. A cerveja que a influencer foi presenteada era parte de uma ação comemorativa da Bud para celebrar um ano que Dylan se declarou uma mulher trans.
 

Após a publicação do vídeo, grupos conservadores organizaram uma campanha de boicote, criticando o fato de a cervejaria patrocinar pautas transgênero.

Segundo o jornalista Eduardo Barão, correspondente da BandNews FM em Nova York, em muitos lugares dos EUA os comerciantes reclamam, “dizendo que não estão conseguindo vender a Bud Light por causa desse anúncio”. Em bares, especialmente em regiões mais conservadoras do país, “estão oferecendo promoções, como comprar uma e levar duas, ou está sendo mais barato comprar a Bud Light do que uma água”. 

Transfobia, ameaças e perdas

Famosos influenciadores da extrema-direita aderiram ao boicote, incluindo o cantor Kid Rock, que publicou um vídeo nas suas redes sociais portando um fuzil semiautomático e metralhando caixas da Bud Light. Além disso, uma fábrica da empresa em Los Angeles sofreu uma ameaça de bomba após a campanha com a influencer. 

Em vez de sustentar a iniciativa inclusiva, a empresa decidiu recuar e anunciou mudanças no quadro de colaboradores de marketing. Em maio, a Bud Light trocou ao menos dois diretores, contratou especialistas no núcleo conservador em Washington e o CEO da Anheuser-Busch até negou que tenha feito parceria com Dylan, alegando que foi apenas uma publicação nas redes sociais. 

Sozinha, a Bud Light perdeu mais de 26% de suas vendas nos EUA até o dia 6 de maio e, em diferentes rankings, não aparece mais como a cerveja mais vendida do país. A influenciadora acusou a companhia de não dar qualquer tipo de apoio após os ataques. Com informações do Terra, Revista Oeste e BandNews FM.

Foto: Divulgação.

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