Apoio de Divaldo Franco a Jair Bolsonaro é criticado por setores do espiritismo

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As manifestações de apoio do líder espírita baiano Divaldo Franco ao presidente Jair Bolsonaro (PL), nos últimos anos, voltaram a motivar críticas de representantes e seguidores do espiritismo após um novo encontro do fundador da Mansão do Caminho com o chefe do Executivo nacional.

No mês passado, Bolsonaro visitou a instituição beneficente, no bairro de Pau da Lima, periferia de Salvador, na mesma oportunidade em que participou das celebrações da Independência do Brasil na Bahia, com motociatas e visitas a obras em andamento no estado.

Segundo Divaldo, que na ocasião recebeu a Insígnia da Ordem do Rio Branco de Bolsonaro, em reconhecimento pelo trabalho social que tem desenvolvido há 70 anos, quando fundou a Mansão do Caminho, a visita do presidente da República foi “discreta e simples”.


Apesar do pouco alarde sobre a recepção, a nova deferência ao líder nacional repercutiu negativamente entre seguidores e lideranças do espiritismo. Para Marcelo Teixeira, escritor e expositor espírita, muitos seguidores da doutrina se espantaram ao ver um de seus líderes mais populares aceitar, por exemplo, ser homenageado pelo presidente.

“Eu e muitos outros companheiros de doutrina espírita jamais aceitaríamos algo semelhante vindo de um presidente que desrespeita a vida com declarações escancaradamente machistas, homofóbicas, racistas e misóginas”, afirmou ao jornal Estado de Minas.

Em 2019, em entrevista à Veja São Paulo, Divaldo falou um pouco sobre seu alegado apoio: “Não acompanho política, mas não sou covarde e expresso minhas opiniões. O atual presidente representava uma esperança, apesar de eu não aprovar seus discursos a favor da tortura”.

Na ocasião, a coordenadora da Associação Brasileira de Pedagogia Espírita Dora Incontri chegou a se pronunciar sobre o posicionamento de Divaldo, negando suposições de que ele representaria a doutrina. “Ele influencia muita gente e, como se porta como líder, parece que toda a nossa comunidade segue o seu pensamento, o que não é verdade”, criticou ela.

Críticas renovadas
Após o novo capítulo envolvendo Divaldo e Bolsonaro, o escritor Marcelo Teixeira renovou as críticas de setores progressistas do espiritismo. Segundo ele, na doutrina, existe a consciência de que as pessoas são espíritos imortais presos temporariamente a um corpo material que reencarnam quantas vezes forem necessárias para encerrar determinadas pendências e auxiliar no progresso da humanidade e do mundo.

“Isso significa que devemos lutar para sermos pessoas melhores, bem como participativos no que tange à construção de uma sociedade na qual haja trabalho, saúde, educação, moradia e salários dignos para todos, independentemente de sexo, etnia, orientação sexual, classe social ou credo religioso”, explica ele.

Édney Mesquita, professor de História e psicanalista espírita que administra o perfil @cortesespiritas no Instagram e no TikTok, também reprovou o encontro. “Senhor Divaldo Franco, quando você tira ‘fotinho’ ao lado de um candidato, ao meu ver, representante das trevas, você está indicando aos espíritas incautos, que não raciocinam, que o que você fala, é lei. Você está angariando votos para ele”, comentou em uma publicação nas redes sociais (veja abaixo). As informações são do Estado de Minas.



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