17 Mar 2022
Aparecida terá estátua de Nossa Senhora maior que o Cristo Redentor e feita de aço inoxidável
A escultura foi feita pelo artista plástico Gilmar Pinna e doada à cidade em homenagem aos 300 anos da padroeira do Brasil, em 2017. Desde que foram transportadas até Aparecida e sofreram o embargo, as quatro partes da escultura, em aço inoxidável, ficaram abandonadas e sofreram depredação.
O plano do município era instalar a imagem gigante no final do eixo turístico, na margem do Rio Paraíba do Sul, onde a pequena imagem original que deu origem ao culto à padroeira na cidade foi encontrada. A prefeitura chegou a elaborar um projeto da praça que abrigaria o monumento.
Aparecida é muito visitada por conta do Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, principal destino do turismo religioso no país. Com o pedestal, a escultura atinge 50 metros de altura, maior que o Cristo Redentor, no Rio.
Na época, a Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos (Atea) entrou com uma ação alegando que, por ser o Brasil um estado laico, não poderia haver investimento de recurso público em benefício de uma religião, no caso, a católica. Ao contestar a ação, o município alegou que a economia da cidade depende do turismo, que seria incrementado com a instalação do monumento.
O argumento da associação foi acatado pelo juízo de primeira instância, que também mandou retirar outras cinco esculturas com motivos religiosos de Pinna, instaladas em rotatórias da cidade. A prefeitura e o escultor entraram com recurso.
Em decisão dada no último dia 9, e divulgada nesta quarta-feira (16), o TJ-SP revogou a decisão, permitindo que a escultura seja erguida. Conforme o desembargador Ponte Neto, a cidade tem como principal atrativo econômico o turismo religioso e, ao permitir e investir em obras para atrair mais turistas, a economia local será fomentada, melhorando a qualidade de vida dos moradores. Ele também se referiu ao valor artístico da escultura. O tribunal autorizou ainda a reposição das outras obras retiradas da cidade.
A Atea lamentou a nova decisão judicial por, segundo dizem, contrariar o princípio da laicidade do Estado, consagrado pela Constituição brasileira. Após ser notificada da decisão, a associação decidirá se vai entrar com recurso.
Foto: Fábio França/g1. Também estamos no Instagram (@sitealoalobahia), Twitter (@aloalo_bahia) e Google Notícias.