27 Jul 2022
Americano de 66 anos é o 4º paciente do mundo a ficar curado do HIV

A notícia foi divulgada nesta quarta-feira (27), durante a Conferência Internacional de Aids, que acontece no Canadá. Conhecido como o paciente da "Cidade da Esperança", o homem de 66 anos recebeu esse nome devido ao hospital onde foi tratado em Duarte, cidade na Califórnia.
Ano passado, o paciente fez tratamento e recebeu o transplante de medula óssea para substituir as células cancerosas no sangue. Por coincidência, o doador era resistente ao HIV.
"Quando fui diagnosticado com HIV em 1988, como muitos outros, pensei que era uma sentença de morte. Nunca pensei que viveria para ver o dia em que não tivesse mais HIV", disse o homem em comunicado.
A primeira pessoa curada do HIV foi Timothy Ray Brown, ou o "Paciente de Berlim", em 2011. Outros três casos aconteceram nos últimos três anos, mas o paciente da Cidade da Esperança é o mais velho e o que vive com a doença há mais tempo — desde a década de 1980.
Relação entre medula óssea e HIV
O vírus do HIV entra nos glóbulos brancos do nosso corpo através da proteína CCR5. Pense nela como um tipo de "porta" microscópica: algumas pessoas têm ela fechada por conta de mutações, como é o caso do doador da medula óssea, o que impede a entrada do HIV.
Portanto, após o transplante da medula óssea, é como se o paciente tivesse trocado sua porta aberta por uma fechada.
Hoje em dia, ele está em remissão há mais de 17 meses, o que significa que os níveis de HIV se tornaram indetectáveis no corpo.
No entanto, o caso não quer dizer que os outros 38 milhões de infectados terão o mesmo resultado. Como o paciente estava tratando a leucemia no sangue, e não o HIV, o procedimento não é indicado para qualquer pessoa — e tem sérios efeitos colaterais.
A terapia genética pode acabar sendo a resposta. Pesquisadores estão procurando formas de "fechar a porta" da proteína CCR5 voluntariamente através desse tipo de tratamento. As informações são da revista Exame.
Foto: Reprodução/Reuters Agência Brasil. Também estamos no Instagram (@sitealoalobahia), Twitter (@aloalo_bahia) e Google Notícias.