Alô Alô Crônica: Livros, suor e cerveja

Sócio-diretor da Agência NBZ Negócios Digitais

Caetano já disse que “está provado que só é possível filosofar em alemão”. Eu acho em francês melhor, porque prefiro as brevidades compreensíveis de Camus aos sistemas intrincados de Hegel (que nem ele deveria entender). Se bem que Sartre era francês e escreveu aquele tijolo O Ser e o Nada, que poderia facilmente ser coisa de alemão. Mas sigamos com o texto.
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Numa linha de raciocínio similar à de Caetano, acho que está provado que só é possível filosofar com 18º. Essa é a temperatura da intelectualidade. Amena, confortável, aconchegante. Nem tão introspectiva, mas também longe da expansividade.
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“Um dia frio, um bom lugar pra ler um livro”. Vejam como a intelectualidade não combina com calor. Ninguém cantaria “suores mil, tão bom suar e ler um livro”. No calor o cidadão não consegue nem fazer pose de intelectual. O calor é feito pra ação, e não pra reflexão.
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Num domingo de sol e calor o cidadão não coloca um roupão de veludo grená pra ler Hegel. Ele coloca um roupão de toalha amarelo e vai pra piscina tomar uma cerveja. Se bem que com cerveja todo mundo fica intelectual. E calor combina com cerveja e dialéticas intrincadas, duas coisas bem de alemão. Logo, calor é intelectualidade pura!
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Pronto, escrevi um texto inteiro pra me desdizer. Melhor deixar essas contradições filosóficas pra depois do Carnaval. Se bem que Carnaval é o ápice de cerveja com calor. Ou seja...


Imagem: Pexels.com

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