26 Feb 2019
Alô Alô Crônica: Livros, suor e cerveja
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Numa linha de raciocínio similar à de Caetano, acho que está provado que só é possível filosofar com 18º. Essa é a temperatura da intelectualidade. Amena, confortável, aconchegante. Nem tão introspectiva, mas também longe da expansividade.
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“Um dia frio, um bom lugar pra ler um livro”. Vejam como a intelectualidade não combina com calor. Ninguém cantaria “suores mil, tão bom suar e ler um livro”. No calor o cidadão não consegue nem fazer pose de intelectual. O calor é feito pra ação, e não pra reflexão.
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Num domingo de sol e calor o cidadão não coloca um roupão de veludo grená pra ler Hegel. Ele coloca um roupão de toalha amarelo e vai pra piscina tomar uma cerveja. Se bem que com cerveja todo mundo fica intelectual. E calor combina com cerveja e dialéticas intrincadas, duas coisas bem de alemão. Logo, calor é intelectualidade pura!
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Pronto, escrevi um texto inteiro pra me desdizer. Melhor deixar essas contradições filosóficas pra depois do Carnaval. Se bem que Carnaval é o ápice de cerveja com calor. Ou seja...
Imagem: Pexels.com