14 Nov 2023
Akira Cravo criou seu próprio universo criativo através da fotografia
Lírios! Morre, aos 31 anos, fotógrafo Akira Cravo, filho de Mario Cravo Neto
Akira começou a se interessar por fotografia em 2008, aos 17 anos, quando ganhou uma câmera fotográfica do pai. Inicialmente fez imagens da natureza e abstratas, exercitando a técnica diante do novo equipamento. Em 2009, após a perda prematura de Mario Cravo Neto, decidiu dedicar-se ao registro das imagens.
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Circulando pelas ruas da Bahia, registrou pessoas em seus lugares, como festas de largo e a Feira de São Joaquim. Trabalhou com nomes como J. R. Duran e Araquém Alcântara durante seu processo de evolução como fotógrafo. Suas imagens transmitem um olhar poético, resultado da mistura de técnica e sensibilidade.
“O meu trabalho simplifica em transformar aquilo que os olhos nem sempre enxergam em pintura e poesia e vice-versa”, disse em trecho de sua obra “Tempo Só”. Em sua bio no Instagram, elegeu uma frase de Georgia O'Keeffe, que tambem definia o que acreditava: "Criar o próprio mundo requer coragem".
Incentivado pela família a consumir arte, admirava Constantin Brâncusi (1876-1957), Pierre Verger (1902-1996) e Ezra Pound (1885-1972). Chegou a arriscar outra artes, como a escultura. "Eu pegava nas coisas dos meus pais e ficava inventando arte", disse em uma entrevista ao jornal Correio de 2013. “Sempre vivi muito livre e tive acesso a livros e pessoas que considero arte viva".
"Uma influência existe, não há como evitar, mas é mais social. Não tem relação direta com o pai. É ele que quer conhecer Salvador, o mar da Bahia. E sob uma olhar particular, que só ele tem", ressaltou o artista plástico Mário Cravo Júnior, na mesma reportagem.
Apesar da pouca idade, o trabalho do artista era considerado consistente. Aos 31 anos, Akira se via em constante fase de construção, mas tinha o objeto de suas lentes muito bem definido: a cultura popular brasileira, em especial a baiana. Chegou a fotografar também personalidades como Cleo Pires, Mariana Ximenes e ter obras em casas de cebridades, como a atriz Flavia Alessandra.
"Retratar o que poucos veem. Esse é o meu maior prazer", disse recentemente à revista Unquiet. Ao longo da carreira, o artista teve trabalhos exaltados em exposições individuais e coletivas em importantes centros culturais, como no Museu Afro-Brasileiro de São Paulo, na Galeria Lume, na Art Lima Peru e no Museu de Arte Moderna da Bahia.
* Por Gabriela Cruz. Fotos: Redes Sociais e Akira Cravo
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