14 Sep 2023
Ademi-BA promove debate sobre segurança pública em fórum realizado na capital baiana
Abrindo as palestras, o Juiz de Direito da Bahia, Igor Spock, abordou o tema “Hipóteses para a Segurança Pública da Bahia”. Ele pontuou que o sistema criminal é multidisciplinar e não se relaciona apenas com a atividade policial, mas também judicial, médica, arquitetônica, entre tantas outras. "Vivemos uma revolução do sistema criminal, que é o processo eletrônico. Isso trouxe um ganho imenso de produtividade. Outro ponto positivo é que a partir do ano que vem, haverá o maior número de juízes na Bahia em relação aos anos anteriores, o que indica o aumento da capacidade para os próximos anos".
O secretário de Segurança do Estado da Bahia, Marcelo Werner, comandou palestra sobre "A importância da iniciativa privada no combate à violência". Na ocasião, ele apresentou ações que estão sendo implementadas para o combate da violência na capital e nos municípios."Estamos atuando com integração de informações, inteligência tática e operacional e investimentos em pessoas e equipamentos. Não podemos deixar que a juventude seja assediada pela criminalidade. A maior parte dos homicídios são de pessoas com idades entre 17 e 23 anos", disse Werner.
O delegado de Polícia do Estado da Bahia, Oscar Vieira de Araújo Neto, trouxe o tema "Análise criminal visando diagnosticar e enfrentar a criminalidade prejudicial à pacificação social e à criminalidade". Para ele, é preciso analisar além das estatísticas. "Precisamos entender o contexto. Quando olhamos só as estatísticas, estamos olhando para o retrovisor e passamos a ser pautados pelo criminoso", explica.
O arquiteto e urbanista Percival Barboza, especialista em Crime Prevention to Environmental Design, explicou como os espaços pensados sob a ótica da CPED podem contribuir para o controle da violência. "A redução do crime e do medo urbano são os fatores mais importantes para o desenvolvimento sustentável das nossas cidades. Somos bons em tecnologia, treinamentos, análises de risco. Podemos pegar um empreendimento e transformar em algo bastante seguro. Mas não estamos seguros do resultado porque não podemos sair na rua. Temos que passar da prevenção para a redução da violência porque não adianta nos isolarmos", conclui Barboza.
Fechando a programação, o psiquiatra Antonio Nery Filho abordou sobre as razões que levam as pessoas a usarem drogas. "Partilho daqueles que pensam que a única possibilidade de reduzir a violência será pela educação. Precisamos cuidar do sintoma, mas não podemos nos limitar ao tratamento dos sintomas. Tratar o problema de base. A violência deve ser tratada com a construção das relações. Precisamos reconhecer o outro e precisamos que o outro se reconheça em nós. A educação como um trabalho permanente que nos permite, a cada humano, se reconhecer na face de outro humano".
* Por Luana Veiga. Foto: Divulgação.
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