12 Dec 2022
Ação de preservação devolve 12 ararinhas-azuis à natureza, no sertão baiano
A soltura foi divulgada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) que, em junho deste ano, realizou uma atividade semelhante. Esta foi a segunda e a maior soltura do Plano Nacional da Ararinha-azul, desde março de 2020, quando 52 aves voltaram ao local de origem, oriundas da Alemanha, depois da espécie ter sido considerada extinta na natureza.
Duas adolescentes puderam acompanhar a ação. As jovens foram selecionadas através de concurso cultural de desenho, realizado em parceria com a Bluesky Caatinga, nas redes sociais. Os animais continuam sendo monitorados pelos brigadistas e agentes do ICMBio e biólogos da ONG alemã ACTP. Eles também contam com o apoio de moradores da cidade.
Endêmica de Curaçá, a última ararinha-azul foi vista na zona rural da cidade há mais de 20 anos, na companhia de uma fêmea de outra espécie, a arara Maracanã. Pesquisadores atribuem a extinção da espécie principalmente ao tráfico de animais e à destruição de parte do bioma da Caatinga.
Reintrodução à natureza
Ambientalistas e pesquisadores trabalham juntos desde 2009 no projeto de reintrodução das ararinhas na natureza. Em 2012, foi criado o Plano de Ação para Conservação da Ararinha-Azul (PAN), que inclui a reintrodução dessa rara ave brasileira no território de origem.
O trabalho do plano de ação começou com o rastreamento das últimas ararinhas-azuis que existiam no mundo, todas em cativeiros. A maior parte dela, segundo os pesquisadores, foi encontrada no Catar.
Mais de 100 foram resgatadas e levadas para o viveiro da ACTP, na Alemanha. Na instituição, as ararinhas passaram por um processo de reprodução natural e, também, reprodução artificial, para então alguns exemplares serem trazidos para o Brasil. Hoje, existem pouco mais de 200 ararinhas-azuis no mundo, a maior parte delas na Alemanha.
Depois de um acordo de Cooperação Técnica entre ICMBio, do Ministério do Meio Ambiente (MMA), e ACTP, mais de 50 ararinhas-azuis foram repatriadas e trazidas para o Brasil em 2020. As aves foram levadas para um centro de reprodução na zona rural de Curaçá, onde nasceram filhotes em março do ano passado.
O acesso ao local é restrito a pesquisadores da ONG alemã e do ICMBio. No entorno, foi criada a uma Área de Proteção Ambiental (APA) de 90 mil hectares e um Refúgio de Vida Silvestre da ararinha-azul, com 30 mil hectares.
Fotos: ACTP e Victor Flores/divulgação. Siga o insta @sitealoalobahia.