A "correria" de Jerônimo dos debates, o candidato das Arábias e desmonte no orçamento da polícia

Corra que o debate vem aí
Ao que parece Jerônimo abraçou a alcunha ‘correria’ que Rui propagandeia e apertou o passo tão logo ouviu a palavra debate. O primeiro pique foi para bem longe da TV Aratu, que acabou convertendo a programação em uma sabatina de 45 minutos com ACM Neto, justamente porque Jerônimo não compareceu. A campanha do petista também já antecipou que ele não participará dos debates na Band e na Record. O tête-à-tête com Neto pode derrubar o castelo de areia que encobre a desastrosa passagem de Jerônimo como secretário de Desenvolvimento Rural (quando chancelou a extinção da EBDA) e de Educação (deixando o estado em penúltimo lugar nacional na qualidade do ensino público). 
 
Governador das Arábias

Será que as propostas de Jerônimo fizeram sucesso lá nas arábias? Ou na Índia? Porque, do nada, o candidato do PT começou a ganhar, em questões de minutos, dezenas de milhares de seguidores no Instagram na noite da última quinta-feira, todos com imagens, digamos, suspeitas, com nomes tão aleatórios quanto “ahrman_bahn3456”. Alguns, com mensagens de perfil no alfabeto árabe ou hindi. Faz sentido?
 
Pegou pressão... Na Índia
Quem conhece um pouquinho de redes sociais já entendeu o movimento estranho: são seguidores fakes, os famosos robôs, comprados em pacote para “inflar” o perfil, feitos por computador com nomes e fotos aleatórias. Em pouquíssimo tempo, o perfil de Jerônimo saiu de pouco mais de 150 mil seguidores para mais de 200 mil. Basta abrir a lista de seguidores para constatar que a cada segundo o candidato ganhava dezenas de “árabes” e “hindus” como seguidores. 
 
Expectativas frustradas
O ex-presidente Lula voltou a frustrar a cúpula do PT baiano nesta quinta-feira (13) ao reafirmar, em Sergipe, que, se eleito, vai conversar com governadores de qualquer partido. “Não quero casar com o governador, quero governar e ajudar a tratar bem o povo dele. A gente não pergunta nunca de que partido é o governo. Isso não é uma pergunta que o presidente da República faz. Ele pergunta se o problema existe, e ele precisa governar para o povo, e não para o governador”, declarou, em entrevista coletiva. Embora compreendam o tom conciliador de Lula, petistas baianos dizem que estas falas reiteradas prejudicam o tom da campanha de Jerônimo Rodrigues (PT), toda focada em torno da imagem do ex-presidente. 
 
Desaparelhou geral
O governador Rui Costa deixará para o próximo administrador do Estado um passivo sem igual na área da segurança pública. Ao longo dos últimos oito anos, a Bahia viu a onda de violência avançar significativamente com a escalada das facções criminosas e números elevados de homicídios, sem que as forças de segurança oferecessem resistência à altura. A disparidade no enfrentamento ao crime está também no desmonte orçamentário e de pessoal que Rui colocou em curso. Só a Polícia Militar perdeu quase R$ 1 bilhão de orçamento - era R$ 3,09 bilhões em 2015 contra R$ 2,28 bilhões neste ano - e a Secretaria de Segurança Pública viu seu quadro de trabalhadores ativos cair em cerca de 2 mil servidores. A incoerência dos investimentos explica o porquê da Bahia ser classificada hoje como o estado mais violento do Brasil.
 
Banho de realidade
A pesquisa do instituto Real Time Big Data acendeu o sinal de alerta na cúpula da campanha de Jerônimo. O resultado, que apontou crescimento de dez pontos para ACM Neto, surpreendeu a base governista, que esperava liderança do candidato petista, mas acabou vendo os dois adversários empatados. “Pesquisa não dá resultado, mas aponta tendência. Se há uma tendência de crescimento de ACM Neto, é preciso por os pés no chão”, confidenciou, reservadamente, um deputado. 
 
Perdedor caloteiro
Após entrar como um dos favoritos nas eleições, um certo candidato da base governista a deputado federal derrotado resolveu dar calote em sua equipe de campanha. Neófito na política, o cidadão sumiu e não pagou aos profissionais que atuaram na sonhada empreitada dele rumo ao Congresso. Alguns destes trabalhadores já dizem a colegas, reservadamente, que não têm mais esperanças de receber o dinheiro. O cara entrou na campanha com muita SAÚDE, mas corre o risco de terminar como caloteiro. Abre o olho!
 
Megalomaníaco
Um detalhe sobre o tal candidato é que ele entrou na eleição com muita pompa e fez uma campanha megalomaníaca. Só para se ter uma ideia, o figurão fez um jantar de adesão num ambiente bastante luxuoso para 200 pessoas, mas no final só 15 foram. Do valor arrecadado, não pagou nem o aluguel do espaço. 
 
Carro na frente dos bois
Deputados estaduais consideram precipitado o movimento do presidente da Assembleia Legislativa, Adolfo Menezes (PSD), de articular sua reeleição para o biênio 2023-2024 antes do resultado para o governo do estado. Para eles, a jogada é arriscada e não é bem-vista nem mesmo na base governista, uma vez que Adolfo faz uma gestão que não agrada tanto seus aliados. Dizem que, em caso de vitória de ACM Neto, o presidente da Alba corre o risco de sair da disputa desmoralizado, porque dificilmente conseguirá levar à frente a empreitada de conseguir a reeleição. 
 
Racha interno
A jogada de Adolfo ameaça um racha interno no PSD. Isso porque não é novidade para ninguém que a deputada Ivana Bastos, mais votada nas eleições, sonha há algum tempo com a presidência da Alba e, já após as eleições, tratou de mandar o recado de que quer, sim, presidir o Legislativo baiano. Reservadamente, ela confessou a aliados que não gostou nada da articulação de Adolfo.

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