A arte cortante de Amilcar de Castro: ‘Um relâmpago estampa claro a forma pronta’

O mineiro Amilcar de Castro, nascido em 1920 no interior do estado e graduado em 1945 pela Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em Belo Horizonte, repentinamente optou para se dedicar ao estudo das artes plásticas.

Trabalhou por alguns anos com o artista plástico Guignard, um dos maiores nomes do seguimento artístico brasileiro, e com o escultor e desenhista Franz Weissmann, austríaco naturalizado brasileiro que por meio das técnicas do construtivismo e figurativismo, movimentos aos quais foi um dos percursores no Brasil, produziu um importante trabalho artístico que hoje compõe as principais coleções particulares e acervos de galerias e museus no mundo.

Amilcar desenvolveu seu trabalho junto ao estudo de cortes em chapas metálicas. Uma curiosidade em sua produção de esculturas é que essas não tinham bases e todas as esculturas tiveram origem a partir de um desenho. O artista defendia que as bases em esculturas eram desnecessárias. Para ele, suas obras em metal forjado criavam seus próprios espaços.

Ele também não acreditava em cheios e vazios, denominava a escultura como um só, pois para ele as cargas emotivas tanto das esculturas quanto das pinturas eram muito grandes. Como as partes em branco que compõem suas obras, denominadas pelo artistas como força, ou seja, para ele tanto o traço quanto a tela em branco tinham o mesmo peso.

Suas grandes telas eram pintadas com vassouras e não com pincéis, e as cores escolhidas davam a suas obras a ênfase ao ritmo. O mínimo dos recursos foi a principal característica desse artista - pois as grandes e frágeis telas pintadas com traços retos, brutos e secos se igualavam aos fortes, brutos e imponentes pedaços de aço que eram cortados e transformados em estruturas, verdadeiras obras primas repletas de velocidade instantânea e leveza.

Para Amilcar, o ato do forte pincelar em uma delicada tela se igualava ao bruto ato do corte de uma chapa metálica, sua arte expressava força, brutalismo, leveza e rítimo. O artista hoje é considerado por críticos e historiadores da arte como um dos maiores escultores construtivos e mais representativo da arte contemporânea brasileira. Confira algumas de suas obras mais conhecidas.

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Pintura de Amilcar de Castro (Foto: Divulgação Galeria Paulo Darzé)

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Exposição 100 anos de Amilcar de Castro, 2020 (Foto: Divulgação Silvana Cintra)

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Exposição Amilcar de Castro: na dobra do mundo. MuBe - Museu Brasileiro de Escultura e Ecologia (Foto:Marcus Vinicius de Arruda Camargo)

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Exposição Amilcar de Castro: na dobra do mundo. MuBe - Museu Brasileiro de Escultura e Ecologia (Foto: Marcus Vinicius de Arruda Camargo)

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Pintura de Amilcar de Castro - sem título 1998

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Pintura de Amilcar de Castro (Foto: Divulgação Galeria Paulo Darzé)

Pintura-de-Amilcar-de-Castro-1989-89x120cmPintura de Amilcar de Castro - 1989 - 89x120cm 

Foto: Instituto Amilcar de Castro/Divulgação. Siga a gente no Instagram @sitealoalobahia e no Twitter @aloalo_bahia

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