18 May 2023
Chefs e donos de restaurantes baianos opinam sobre continuidade do cardápio QR Code

Do lado do consumidor, já se sabe que o cardápio QR Code muitas vezes não é inclusivo. Para acessar, é necessário ter internet, bateria carregada, conhecimento da tecnologia e celular com câmera de leitura automática para conseguir ver os itens. Devido a isso, muitos estabelecimentos apostam na coexistência do cardápio físico e online para atender a todos os perfis de clientes.
Confira abaixo alguns pontos de vista sobre o debate em andamento em torno dessa mudança tecnológica no mundo da culinária: 1. Chef Jadson Nunes, do 705 Restaurante e Bar - Pituaçu
O serviço de QR Code é válido, é super prático, mas como toda tecnologia, precisa passar pelo processo de transição e adaptação do cliente. Acredito que, por conta da pandemia, a tecnologia de cardápio online se fez necessária e acabou predominando nos salões dos restaurantes, mas como as restrições já terminaram, ambos devem ser disponibilizados e oferecidos 2. Karine Queiroz, empresária sócia do Soho - Bahia Marina e Shopping Paseo
Eu não gosto muito de QR Code, acho que ele impede o consumo. Eu tenho porque é a tendência, mas gosto muito mais do cardápio impresso, simplificado. A tendência hoje é um cardápio simples, de fácil acesso e fácil entendimento. Mas o QR Code é um fato, precisa existir e fazer parte de todas as casas. Ele é importante. 3. Chef Tereza Paim, do Restaurante Casa de Tereza e Boteco da TêTé - A Casa Bohemia de Salvador - ambos no Rio Vermelho
Estamos cada vez mais conectados e, para acompanhar esse momento da sociedade da informação, no Boteco da TêTê, por exemplo, o cliente acessa o cardápio, faz seu pedido e paga sua conta no próprio celular e ainda tem a opção de conta individual. Já no Casa de Tereza, o cliente pode usar o QR Code para consultar o cardápio, mas também tem o físico. 4. Flávio Bandeira, empresário sócio do Restaurante Amado - Comércio
Acho que o QR Code veio pra ficar, essa é nossa opinião aqui, mas a gente mantém os dois cardápios, tanto ele quanto o físico. O que eu tenho notado é que os jovens preferem o QR Code, já chegam no restaurante procurando ele para ir escolhendo o que vai comer.
Já os mais velhos, o que a gente tem notado é que eles preferem cardápio à moda antiga, sabe? Fazem o pedido no tempo certo: Chegam, pedem um vinho, tomam, comem um petisco ou algo que o garçom indica e só depois desse início de experiência pedem o cardápio físico para poder escolher os pratos. Então, por esse motivo a gente mantém os dois, mas eu acho que o QR Code veio pra acrescentar, veio pra somar, mas a gente não vai deixar de ter o físico nunca nas casas. 5. Jota Marques, chef do Casa de Farinha - Santo Antônio Além do Carmo
Acho que ele tem uma praticidade boa pra o empreendimento. Então, qualquer atualização de cardápio acontece, muitas vezes, de forma instantânea, já que ele é online, né? Então, quando o cliente chega e abre o cardápio, já encontra essa atualização realizada, diferente do físico que demanda bastante tempo para realizar essa atualização.
O cardápio QR Code integra naturalmente o ambiente e a tecnologia, mas também vejo o outro lado, né? Vejo, muitas vezes, algumas pessoas com uma certa dificuldade de lidar com a tecnologia, com os cardápios exclusivamente QR Code, sobretudo pessoas de idade e aquelas que não têm tanto acesso ou identificação com a tecnologia.
Acontece de não conseguirem ler o QR Code, ou de o celular abrir várias abas. Ou às vezes querem pedir um item e aí, na hora que volta, ao invés de abrir para o menu anterior, o cardápio fecha e tem que abrir tudo de novo. Alguns celulares ainda precisam de aplicativo específico para abrir QR Code porque ainda tem muito celular por aí que a câmera não faz essa leitura automaticamente.
Então, vejo que existe o ônus e bônus a respeito dessa utilização da exclusividade do QR Code como opção de cardápio. A tecnologia chega realmente pra ficar, pra marcar presença. Agrega valor, modernização, mas tem esses contrapontos.
Fotos: Divulgação.
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