13 Set 2023
IHAC: Após 10 anos de obras, instituto da Ufba é inaugurado em Ondina
Por Wendel de Novais para CORREIO."Nem acredito que inauguraram", brinca um aluno. "Achei que só saía quando eu tivesse aposentado", continua outro. O diálogo carregado de resenha aconteceu nesta quarta-feira (11), bem de frente para o novo prédio do Instituto de Humanidades, Artes e Ciências Professor Milton Santos (Ihac), no Campus de Ondina, da Ufba. Isso porque, diferente do prédio inaugurado ali, a obra já não era nada nova. Estudantes que ingressaram em 2017 na universidade afirmam que a obra já existia na época.
Procurada pela reportagem, a Ufba informou que foi em 2013 o início das obras para construção do prédio, que teve apenas uma das torres entregues e não tem previsão para conclusão da segunda. Só o bloco A, no entanto, tem uma área de 7.688 m² distribuídos em sete andares diferentes. Foram investidos mais de R$ 8 milhões e o reitor Paulo Miguez, que esteve presente na inauguração, destacou a importância de ver pronta a sede física do que é o maior instituto da universidade.
"O Ihac é, seguramente, a maior das unidades acadêmicas da Ufba. É um corpo discente de aproximadamente seis mil, com um conjunto expressivo de técnicos, professores e trabalhadores terceirizados. Todos eles passam a dispor de um equipamento para suas atividades", explica o reitor, ressaltando a possibilidade de redistribuição dos espaços da universidade já que os estudantes do Ihac estavam espalhados em diferentes prédios da Ufba.
Apesar de não ter um prédio para chamar de seu até então, o Ihac foi constituído no ano de 2008 como unidade universitária, com o objetivo de sediar os bacharelados interdisciplinares e programas de pós-graduação, que eram e são orientados por uma visão interdisciplinar do conhecimento. Gustavo Leal, 24, é estudante egresso do Ihac, onde fez BI de Artes. Agora, ele já estuda Arquitetura e Urbanismo, mas participa ativamente de grupos de estudos no instituto.
Para ele, a inauguração do espaço é muito positiva. "Desde que eu entrei no BI, em 2017, a conclusão do prédio do Ihac é uma luta. Já fizemos, inclusive, atos para reivindicar o término da construção. A ausência de um espaço físico era um problema porque a gente se via deslocado e sem reconhecimento na Ufba, coisa que, para além do espaço, precisa ser trabalhada com políticas de permanência, por exemplo", pondera o estudante.
Diretor do Ihac, o professor Luis Augusto Vasconcelos destacou que a inauguração é um passo fundamental para o reconhecimento dos estudantes como parte da universidade. "Certamente, esse prédio vem renovar um sentido de pertencimento e dar novo ânimo a esta comunidade, para que continue, juntamente com outras unidades acadêmicas, a fazer da UFBA o que é, uma universidade mais inclusiva e de excelência", fala.
O nível térreo do prédio será destinado para atividades mais gerais e conta com instalações de arena, sala de exposições, serviços de gráfica e entre outros, que foram desenvolvidos de forma integrada com os usos previstos nas edificações do entorno imediato. Os outros pavimentos, dispostos em sete andares destinam-se à atividades específicas do Ihac, como secretaria conjunta, laboratórios de informática, salas multiuso, gabinetes e laboratórios. A fachada do prédio é semelhante a da Casa do Comércio de Salvador e outros edifícios mais modernos.
Paulo Miguez lembrou que a entrega de um equipamento para a comunidade acadêmica é "sempre um motivo de muita alegria", ainda mais depois de uma série de problemas financeiros que inviabizaram por um tempo a conclusão do Ihac. "Esse é um prédio que demorou bastante para ser construído e isso aconteceu por conta dos constrangimentos de ordem orçamentária dos últimos anos", declara, fazendo referência ao Governo Federal na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro.
E o bloco B?
Vencida a entrega do primeiro bloco, quem está no Ihac já pergunta da conclusão do bloco B que, ao contrário do A, ainda tem paredes inacabadas, pintura para fazer e está com o processo de construção inacabado. Questionado sobre a segunda torre, Paulo Miguez afirmou que a gestão vai viabilizar com recursos que pretende captar para questões estruturais da universidade.
"A expectativa em relação a outra torre do Ihac, assim como as outras obras paralisadas no momento, é de que, com um ambiente novo do Governo Federal, a gente tenha recursos para finalizar", pontua ele.
Para o prédio do Ihac em particular, que é o maior instituto da universidade e tem dez anos obra, ele garantiu que há um esforço e prioridade no processo de captação de verba.
"Especificamente no caso da torre B, já há uns compromissos organizados para que os recursos do PAC, que serão destinados a Ufba, possam dar conta desta e de outras obras. Não temos uma definição concreta, mas sim um conjunto de tratativas que apontam firmemente nessa direção", diz.
Gustavo Leal espera que de fato exista uma brevidade na conclusão da obra para que os estudantes, professores e técnicos possam aproveitar do instituto de maneira plena.
"A gente comemora o momento de inauguração, mas pede também que o próximo bloco seja inaugurado o mais rápido possível e as construções, atualmente paradas, continuem. O Ihac é praticamente o maior instituto da Ufba e precisa desse espaço completo", conclui.
Ainda não há uma definição ou estimativa nem mesmo para retomada das obras do Bloco B, apesar da garantia da gestão de que a obra é uma prioridade.
Por Wendel de Novais, no Jornal Correio. Publicado por H.C | Foto: Marina Silva/CORREIO
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