29 Mai 2023
Fila no Everest: excesso de alpinistas aumenta número de mortes e impacto ambiental no local
Nesta segunda-feira (29), a primeira chegada ao topo da montanha mais alta do mundo, o monte Everest, completa 70 anos. Agora, após mais de 6 mil pessoas terem alcançado o feito, a montanha encontra-se completamente diferente. O local vive com o excesso de alpinistas, o que aumenta os riscos e o acúmulo de lixo deixado pelos visitantes.Além da alta demanda (que acontece mesmo com os custos da experiência girando em torno dos R$ 400 mil), o acesso norte está fechado desde a pandemia. O que faz com que apenas o acesso sul seja procurado pelos alpinistas, que acabam se concentrando em um espaço ainda mais exíguo.
O grande número de pessoas aumenta os riscos do desenvolvimento de um Edema Pulmonar de Grande Altitude (EPGA), que tem a ver com o acúmulo de líquido nos pulmões provocado pela exposição prolongada às baixas temperaturas. De acordo com informações da CNN, obtidas através do governo local, há dias em que cerca de 120 pessoas chegam a escalar o monte ao mesmo tempo.
Ainda segundo a CNN, esta temporada foi a mais mortal desde que o Everest começou a ser explorado. Em toda a história, foram registradas 311 mortes. Somente neste ano, ao menos 10 alpinistas perderam a vida na montanha, devido não somente a quedas ou contusões, mas também pela exposição prolongada ao frio e à altitude, causada pela dificuldade de locomoção em trilhas estreitas e apinhadas de gente.
Para evitar que o fluxo de pessoas seja incontrolável, os governos locais limitam o número de visitas. A cada temporada, são concedidas 450 permissões a estrangeiros, o que representa um total de cerca de 900 pessoas, já que cada visitante costuma contar com um guia.
Problema ambiental
Além do aumento dos riscos de morte, o excesso de pessoas também tem provocado um preocupante problema ambiental, com o excesso de lixo deixado pelos alpinistas. O problema maior está justamente no trecho mais elevado, acima dos 8 mil metros: como esse trecho exige o uso de oxigênio extra, os alpinistas precisam levar muitos cilindros para chegarem ao topo. Em uma área com baixa pressão atmosférica e onde qualquer esforço adicional pode gerar acidentes ou danos ao corpo, trazer de volta os “cascos” se torna tarefa árdua. Por isso, grande quantidade de cilindros é deixada por lá.
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Foto: Alfred Gregory/Royal Geographical Society via Getty Images.