12 Jun 2023
Dia dos Namorados: conheça as histórias de amor de personalidades baianas
Apaixonado ou não, conhecer histórias de amor é algo que sempre mexe com o coração. É aquele carinho na alma que faz o olho brilhar e a vida ficar mais colorida. Neste dia 12 de junho, nada melhor do que ganhar belas histórias de presente. Por isso, o Alô Alô Bahia convidou Bárbara Carine (@uma_intelectual_diferentona), Luana Assiz (@luana.assiz), Victor Silveira (@victorsilveira.tv) e Ivan Mesquita (@ivanmesquita1) para contarem como conheceram seus amores e o que pensam sobre esse sentimento tão complexo e simples ao mesmo tempo. Confira:BÁRBARA CARINE, THIAGO THOMÉ E O VOO DE AVIÃO PERDIDO
Os conteúdos que Thiago publicava no Instagram sobre questões raciais sempre apareciam para Bárbara, que o achava assertivo e também muito bonito, vale ressaltar. Ela resolveu dar o ‘follow’ e, tempos depois, foi seguida de volta. Mas Thiago estava em outro relacionamento e, só quando este chegou ao fim, ele resolveu puxar conversa com Bárbara.
Ela, por sua vez, não perdeu tempo. Estava indo dar uma palestra no Rio de Janeiro, onde Thiago mora. “Vamos tomar um café? Mas não ligue, não, é coisa de fã”, convidou ela, que nem gosta de café, vale também ressaltar. Os dois se encontraram no dia 3 de agosto de 2022. Ela palestrou no dia 4 e pegaria o voo para Salvador no mesmo dia. Mas nunca entrou naquele avião, se perdeu nos horários.
Com a passagem remarcada para o dia seguinte, resolveu encontrar Thiago mais uma vez. O encontro foi tão bom que Bárbara de novo não viu o tempo passar. “Que horas são?”, perguntou ela a Thiago. “Quatro da manhã”, respondeu ele. Quando se tem mágica, afeto, conversa, encantamento, é difícil mesmo lembrar do relógio. Os dois foram então para o aeroporto e, enquanto Bárbara ia, deixava a vontade de ficar. “Você sabe que vai vir morar no Rio comigo, né?”, dizia a mensagem de Thiago para Bárbara no dia seguinte.
Ser pedida em casamento em cima do trio foi uma coisa inimaginável; eu fiquei em estado de choque e só entendi mesmo o que aconteceu no dia seguinte quando eu vi as matérias, a televisão, as pessoas repostando nas redes sociais. Eu não esperava um pedido de casamento formal porque a gente sempre falou de morar junto, sempre fizemos planos, então para mim era algo natural, a gente já estava casado. Foi surpreendente e delicioso.
Amor é cuidado e ir além do conflito. Por vezes, os conflitos vão aparecer porque são dois mundos distintos que se penetram. Então é preciso ser um amor que vai além do conflito, que vai pela resolutividade, que quer estar junto. Um relacionamento, para dar certo, tem que ter vontade de ele dar certo. Isso significa colocar as cartas na mesa, os dois precisam dizer o que é plausível ou não para si, para que os dois saibam os limites. Eu acredito que tem processos de entendimento, de concessões. É saber do que é possível abrir mão sem abrir mão da sua essência. Isso é fundamental.
Quando sai o casamento?
Essa é a pergunta que eu mais recebo. Se a menina foi pedida em casamento no Carnaval, em cima do trio da Timbalada, esse casamento tem que ser apoteótico, tem que ser a Lavagem do Bonfim, uma coisa ‘uau’. Mas eu realmente não sei, só sei que eu e minha filha estamos indo morar no Rio com Thiago em dezembro. Mas estarei sempre por Salvador por conta da escola que tenho aqui, que é a Maria Felipa.
VICTOR SILVEIRA, BRUNO CHAGAS E A BALADA DO AMOR INABALÁVEL
Foi em 2017 que, num final de festa, em uma balada de Salvador, os olhares de Victor e Bruno se cruzaram pela primeira vez. Mas naquele dia o interesse mútuo resultou em apenas um beijo rápido e uma troca de números de celular. Os dois acabaram não marcando nenhum encontro porque, na verdade, ele estava marcado pelo destino.
Um mês depois, os olhares de Victor e Bruno se cruzaram ao acaso pela segunda vez, novamente em uma balada. “Estou sentindo algo diferente, eu acho que vou ter alguma coisa com esse cara”, comentou Victor com uma amiga. No dia seguinte, os dois tiveram o primeiro da série de encontros semanais. Até que um amigo de Bruno quase pôs fim ao casal.
Bruno tinha acabado de terminar um relacionamento e não queria entrar em outro tão cedo. Pediu, então, a um amigo que não o deixasse se envolver. Foi aí que Victor foi bloqueado do WhatsApp de Bruno pelo tal amigo. Bruno custou até conseguir provar que focinho de porco não era tomada, mas deu certo. A partir daquele dia, os dois não desgrudaram mais.
Foram nove anos para minha mãe aceitar que eu era gay. Quando eu conheci Bruno, eu fui na casa dela apresentar ele com um certo receio, mas depois do almoço os dois já estavam deitados na cama que era minha se acabando de rir. Eu não era assumido para o meu pai, eu só conversei com meu pai sobre a minha sexualidade depois de ter começado a namorar com Bruno. Mas meu pai foi maravilhoso, disse que queria que eu fosse feliz com quem eu quisesse. Daí para frente foi tudo incrível e a minha família e a de Bruno têm uma ótima relação
Você posta vários conteúdos do casal nas redes e é uma figura pública. Como é a recepção dos conteúdos por parte das pessoas que te acompanham?
Quando eu apareço em alguma reportagem na TV, principalmente em rede nacional, eu recebo muitos seguidores novos. E aí, quando eu posto uma foto com Bruno, as fotos bombam em curtidas dos meus seguidores mais antigos e eu perco muitos dos seguidores mais novos. Então quem me conhece ama quando eu posto e, quem não conhece e está descobrindo que eu sou gay a partir daquela foto, vai parar de seguir. Isso para mim é um filtro porque eu quero seguidores que gostam de mim como eu sou.
Para vocês, o que é o amor?
Bruno é o primeiro namorado com quem eu penso em ficar para o resto da vida porque os outros, apesar de eu ter amado, sabia que um dia ia acabar. Acho que essa coisa da posse adoece qualquer relacionamento. Eu e Bruno temos uma relação tranquila, eu vivo o meu dia, ele vive o dia dele e nos encontramos no final do dia. Ninguém é propriedade de ninguém, não precisa ficar dando satisfação de cada coisa do seu dia, da sua vida. Então, para mim, o amor é companheirismo, cuidado, carinho e preocupação, querer o bem do outro, compartilhar as dores e alegrias. E eu sou pela tranquilidade, como diz a canção, ‘Brigo eu, você briga também / Por coisas tão banais / E o amor em momentos assim / Morre um pouquinho mais’. Amor é você ceder à vontade do outro e ainda assim se sentir feliz porque o outro ficou feliz, mas ainda assim manter a sua individualidade e não se apagar. Amor é troca e cumplicidade.
LUANA ASSIZ, LUCIANA ANDRADE E A AMIGA CUPIDO
Foi graças a uma amiga cupido em comum que Luana e Luciana se conheceram. Fernanda, que é produtora de eventos, foi a responsável pela produção do encontro, que aconteceu em janeiro de 2019. Para Luana, ela encheu Luciana de elogios, fez o mesmo jogo do outro lado e…pronto! Não é que as duas caíram mesmo no papinho?
O encontro começou com conversas nas redes sociais e, um mês depois, as duas se viram pessoalmente num festival de música produzido por ninguém mais e ninguém menos do que…Fernanda, claro! Luana e Luciana logo marcaram um encontro para o dia seguinte e não se desgrudaram mais.
Minha relação com a família de Luci é de amor, respeito e cuidado. Eu me sinto acolhida e em casa quando estou com a família dela. E do lado de cá, todos também amam e abraçam Luci como o que ela é: parte da nossa família. E, sendo uma importante da minha vida, é natural que nossa relação apareça nas minhas redes sociais. Já recebi comentários preconceituosos e, nessas situações, costumo apagar e denunciar o comentário, além de bloquear a pessoa. É importante denunciar a homofobia em todas as instâncias: na vida offline e nas redes sociais. E não precisa ser LGBTQIAPN+ para fazer isso, importante pontuar.
Para vocês, o que é o amor?
Luana: gosto da definição de Bell Hooks que diz que o amor é a vontade de crescer espiritualmente ao lado de alguém. O amor também se mostra nas ações, nas palavras e no dia a dia.
Luciana: Difícil definir, mas penso que amor é ação. Ação capaz de transformar tudo, o indivíduo e a sociedade.
Luana: acho que contos de fadas são, por definição, fantasiosos e o principal problema deles é que são construídos com base em padrões, o que acende um sinal de alerta. É um modelo de relação heterossexual em que a mulher precisa ser salva pelo homem, o tal príncipe encantado. Isso, além de invisibilizar relações homoafetivas (alguém conhece conto de fadas entre duas mulheres? rs), cria e reforça um lugar de fragilidade da mulher, quando na verdade há várias mulheres salvando a si mesmas por aí, independentemente da orientação sexual. Então, acho o amor da vida real (principalmente esse teorizado por Bell Hooks) muito mais interessante.
Luciana: Compartilho da opinião de Lu a respeito disso. Esse ideal de amor romântico só existe pra colocar mulheres em lugar de submissão, aprisionamento, desprezando as nossas subjetividades.
IVAN MESQUITA, LULU MAGALHÃES E A LIVE NO INSTAGRAM
Ivan estava fazendo uma live no Instagram durante a pandemia, há 2 anos e 4 meses, quando convidou uma seguidora para participar. A seguidora apareceu e, ao lado dela, estava Lulu. Foi aí que os olhos de Ivan brilharam por Lulu pela primeira vez. Os dois começaram a conversar e bastou um encontro na praia e uma viagem juntos para não se desgrudarem mais.
Amor é companheirismo, parceria, amizade e preocupação com o bem estar do outro.
O amor dos contos de fadas existe?
Não, todo mundo tem suas imperfeições, problemas diários, divergências, então precisamos ter maturidade, diálogo e equilíbrio.
Lu está meio enjoada aqui, não sei se pode vir um…não, acho que não [respondeu Ivan, rindo e provocando a risada de Lulu]. Mas temos planos empresariais juntos que estão aí no forno.
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Fotos: Reprodução/Redes Sociais
